Cárie, gengivite e periodontite são as principais doenças bucais
Cerca de 90% da população brasileira escova a boca até duas vezes por dia e 63% usam fio dental, escova e pasta de dente, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 2013 a 2019. O levantamento mostra ainda que 25% das pessoas de 45 a 59 anos, e 28% com idade entre 60 e 74 anos, perderam 13 ou mais dentes. Está em andamento uma nova pesquisa do Ministério da Saúde (vigência 2021-2022), mas pelos dados acima é possível notar que as condições de saúde bucal dos brasileiros estão longe do ideal e são reflexo da desigualdade social.
Segundo a professora do curso de Odontologia da Estácio, Carolina Freitas Lage, cárie, gengivite, periodontite, são as condições que mais acometem crianças e adultos. A dentista reitera a necessidade de bons hábitos de higiene bucal. “A escovação dentária deve ser de no mínimo três vezes ao dia e sempre após as refeições. Igualmente necessária é a visita regular ao dentista”, comenta. Já a docente Carla Kruger, também da Estácio, alerta que é importante estar sempre atento a qualquer alteração em relação a coloração dos tecidos bucais, sangramentos, nódulos ou dor na cavidade bucal. “Se for observado qualquer alteração que persista por mais de 15 dias, deve-se procurar um profissional odontólogo para uma avaliação”, orienta.
Escovação e uso do Fio Dental
Apesar de ser algo recorrente, escovar os dentes não é tão simples e está no topo de erros quando o assunto é a saúde bucal. Carla explica que todas as faces dos dentes devem ser escovadas em todos os dentes. “O ideal é a utilização de escova de dentes pequena com cerdas macias. Outro erro é não passar o fio dental em todos os dentes ou passar de forma incorreta. O fio dental é um complemento à escovação. Ele vai limpar entre os dentes, onde a escova não alcança”, esclarece.
Alerta sobre o uso de enxaguante bucal
Os cuidados diários consistem também na escolha e na forma de utilizar os produtos, como explica a Dra. Carolina. “Usar enxaguante bucal sem recomendação do dentista e de forma indiscriminada pode fazer mal, gerar ressecamento de mucosas e, consequentemente, doenças periodontais, e substâncias que promovem manchas nos dentes pelo uso prolongado. O produto não é aconselhável para crianças menores de seis anos e, mesmo para adultos, só deve ser usado mediante recomendação de um cirurgião dentista”, observa.
Prevenção desde a infância
Para quem acha que os cuidados com a saúde bucal só devem começar após os primeiros dentes nascerem, o médico pediatra e docente do IDOMED, Dr. Alexander Engelberg, explica que não. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais da metade das crianças de cinco anos tem experiência de cárie dentária. “A boca é a porta de entrada dos sistemas respiratório e gastrointestinal, principal via de acesso para infecções. Escovar os dentes é uma atividade que faz parte da higiene corporal, assim como tomar um banho”, explica.
Alexander Engelberg relembra, ainda, que existe creme dental adequado para bebês, uma vez que existe o risco de o bebê engolir um pouco do produto, sendo necessário utilizar apenas uma quantidade semelhante a um grão de arroz. Quando a criança aprender a cuspir, a quantidade de creme a ser colocado na escova deve ser do tamanho de um grão de ervilha.
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