O fluconazol é um medicamento classificado como antifúngico. Indicado para o tratamento de micoses. Confira a bula para mais informações.
Indicações do fluconazol
Fluconazol 150 mg é indicado para o tratamento de Candidíase vaginal, ou seja, infecções da vagina causadas
por fungos do gênero Candida, aguda e recorrente (de repetição), como profilaxia (prevenção) a fim de reduzir a candidíase vaginal recorrente (três ou mais episódios por ano), balanite por Candida, em outras palavras, infecção fúngica da região conhecida popularmente como “cabeça do pênis” e Dermatomicoses (infecções fúngicas na pele e nos seus anexos, por exemplo, unha, conhecidas popularmente como micoses) como: Tinea pedis, Tinea corporis, Tinea cruris, Tinea unguium (onicomicoses) e infecções por fungos do gênero Candida.
Modo de ação do fluconazol
Fluconazol 150 mg impede o crescimento de fungos, portanto, ocorre a inibição dos microrganismos ao sintetizarem compostos (esteroides) necessários à sua sobrevivência. É bem absorvido por via oral (engolido), a absorção não é afetada pela ingestão juntamente a alimentos e por fim, atinge os níveis no sangue de 0,5 hora (meia hora) a 1,5 hora.
Contraindicações do fluconazol
Não utilizar em casos de:
- Hipersensibilidade, ou seja, alergia ao fluconazol ou a compostos azólicos, em outras palavras, classe química do fluconazol, ou ainda, a qualquer componente da fórmula;
- Não administrar o fluconazol juntamente com terfenadina (medicamento antialérgico), cisaprida, astemizol, eritromicina, pimozida e quinidina, porque pode ser perigoso e provocar alterações do ritmo do coração.
Para mais informações, leia as questões “4. O que devo saber antes de usar este medicamento?” e “8. Quais os males que este medicamento pode me causar?”.
Antes de usar o fluconazol
- Se você possui doenças graves, como problemas cardíacos, dos rins e/ou fígado, comunique o seu médico antes de iniciar o tratamento com fluconazol 150 mg;
- Pessoas vivendo com HIV têm mais chances de desenvolver reações na pele e alergias. Caso apareça alguma lesão, pare de tomar o medicamento e procure o médico. Fluconazol150 mg é metabolizado, em outras palavras, transformado para ser excretado pelo fígado, dessa forma, aumenta os riscos de problemas nesse órgão. Se aparecerem sintomas como náuseas, vômitos e icterícia, ou seja, coloração amarelada da pele, avise imediatamente o seu médico;
- Insuficiência, ou seja, redução da função da glândula adrenal (suprarenal) tem sido relatada em pacientes recebendo outros azóis , como por exemplo, cetoconazol. Casos reversíveis de insuficiência adrenal foram relatados em pacientes recebendo fluconazol.
Gravidez e amamentação
Informe imediatamente o seu médico em caso de suspeita de gravidez.
O uso durante a gravidez deve ser evitado, exceto em pacientes com infecções fúngicas graves ou potencialmente fatais, nas quais o fluconazol 150 pode ser usado se o benefício superar o possível risco para o feto. Devem ser consideradas medidas contraceptivas eficazes nas mulheres em idade fértil que devem continuar durante todo o período de tratamento e durante aproximadamente uma semana (5 a 6 meia-vidas) após a dose final. Houve relatos de aborto espontâneo e anormalidades congênitas em lactentes cujas mães foram tratadas com 150 mg de fluconazol como dose única ou repetida no primeiro trimestre.
Fluconazol 150 mg é encontrado no leite materno, portanto, só deve ser usado por mulheres que estejam
amamentando sob orientação médica. A amamentação não é recomendada após o uso repetido ou após altas
doses de fluconazol. Os benefícios para o desenvolvimento e saúde da amamentação devem ser considerados
juntamente com a necessidade clínica da mãe por fluconazol e quaisquer potenciais efeitos adversos na criança amamentada a partir de fluconazol ou a partir de condições maternas fundamentais.
Avise seu médico ou cirurgião-dentista se você estiver amamentando ou vai iniciar amamentação durante o uso deste medicamento. Você pode operar máquinas ou dirigir automóveis. Sua habilidade para essas tarefas não fica comprometida durante o tratamento com fluconazol 150 mg.
Interações medicamentosas entre o medicamento fluconazol
Sempre avise ao seu médico sobre todas as medicações que você toma quando ele for prescrever uma medicação nova. O médico precisa avaliar se as medicações reagem entre si alterando a sua ação, ou da outra; isso se chama interação medicamentosa.
Medicamentos | Complicações |
anticoagulantes (por exemplo, varfarina) | O uso com fluconazol 150 mg pode intensificar a ação dessas medicações, dessas forma, aumentando o risco de sangramentos. |
benzodiazepínicos | Podem ter sua concentração no sangue aumentada, assim como seus efeitos psicomotores (na coordenação dos movimentos e no nível de consciência). |
cisaprida, astemizol, pimozida, quinidina, eritromicina e terfenadina são contraindicados para uso concomitante com fluconazol 150 mg | Podem gerar alterações do ritmo cardíaco. |
celecoxibe e ciclosporina | Podem ter sua concentração sanguínea, ou seja, quantidade da medicação no sangue aumentada. |
tacrolimo | Pode resultar em nefrotoxicidade, em outras palavras, lesões nos rins. |
amiodarona | O uso de amiodarona com fluconazol 150 mg pode aumentar o intervalo QT, ou seja, alteração em exame do coração. Deve-se ter cautela se o uso de fluconazol 150 mg com amiodarona for necessário, especialmente com alta dose de fluconazol (800mg). |
lemborexante | O uso de lemborexante com fluconazol pode elevar as concentrações sanguíneas de lemborexante e aumentar o risco de reações adversas, como por exemplo, sonolência. Evitar o uso de fluconazol com lemborexante. |
hidroclorotiazida | Pode aumentar as concentrações sanguíneas, ou seja, a quantidade da medicação no sangue de fluconazol. |
teofilina | O uso com fluconazol pode aumentar as concentrações sanguíneas, ou seja, a quantidade da medicação no sangue de teofilina. |
tofacitinibe, voriconazol, fenitoína, zidovudina, saquinavir, sirolimo, alcaloides da vinca, metadona, carbamazepina, antidepressivos tricíclicos (como a amitriptilina, por exemplo), anti-inflamatórios não esteroidais, bloqueadores do canal de cálcio, losartana, fentanila, halofantrina e outros medicamentos metabolizados, em outras palavras, transformados pelo fígado |
Podem ter sua concentração sanguínea aumentada. |
ciclofosfamida | Pode aumentar a quantidade de creatinina (substância produzida pelo rim) e bilirrubinas (substâncias produzidas pelo fígado). |
alfentanila | Pode ter redução em sua eliminação. |
medicamentos inibidores da HMG-CoA redutase (como por exemplo, sinvastatina, atorvastatina) | Podem aumentar o risco do paciente evoluir com dor muscular (miopatia) e morte das células musculares (rabdomiólise). |
inibidores moderados de CYP3A4, tais como o fluconazol 150 mg | Aumentam as concentrações plasmáticas (no sangue) de olaparibe. O uso concomitante não é recomendado. Então, se a combinação não puder ser evitada, deve-se limitar a dose de olaparibe a 200 mg duas vezes ao dia. |
prednisona
|
Fluconazol 150 mg aumenta o metabolismo da prednisona quando utilizados concomitantemente. |
rifabutina | Pode gerar lesões nos olhos chamadas uveítes. |
rifampicina | Pode reduzir a quantidade de fuconazol 150 mg no sangue. |
sulfonilureias (medicamento usado para reduzir a quantidade de glicose – açúcar – no sangue) | Podem ter o tempo de duração dos seus efeitos aumentados. |
ibrutinibe | Fluconazol aumenta as concentrações de ibrutinibe no sangue, dessa forma, elevando o risco de toxicidade. Então, se a combinação não puder ser evitada, a dose de ibrutinibe deve ser reduzida e o paciente deve ser acompanhado clinicamente de forma mais próxima. |
vitamina A | Aumenta o risco de pseudotumor intracraniano, em outras palavras, aumento da pressão dentro do crânio, sem lesão, dessa forma, reverte com a suspensão dos medicamentos. |
tolvaptano | Pode elevar o risco de eventos adversos renais, ou seja, alteração na diurese, desidratação e insuficiência renal aguda. Em caso de uso concomitante, a dose de tolvaptano deve ser reduzida e o paciente tratado com cautela. |
Para mais informações, leia as questões “3. Quando não devo usar este medicamento?” e “8. Quais os males que este medicamento pode me causar?”.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de Diabetes.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Condições de armazenamento
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe
alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Caraceterísticas do fluconazol 150mg
- Cápsulas gelatinosas contendo pó esbranquiçado.
Modo de uso do fluconazol
O tempo de tratamento adequado deverá ser decisão do seu médico.
Patologias | Tratamento |
Dermatomicoses (infecções causadas por fungos ou micoses, na pele ou nos anexos do corpo, do pé, região da virilha – crural) e infecções por Candida. | 1 dose oral (engolida) única por semana de 150 mg, em geral por 2 a 4 semanas, mas em alguns casos pode ser necessário um tratamento de até 6 semanas. |
Tinea ungueal (micose da unha ou onicomicoses). | 1 dose única semanal de fluconazol 150 mg até que a unha infectada seja totalmente substituída pelo crescimento (o que demora de 3 a 6 meses nas mãos e de 6 a 12 meses nos pés, mas isso pode variar de pessoa para pessoa). Mesmo após o tratamento as unhas podem permanecer deformadas. |
Candidíase vaginal (infecção vaginal por fungos do gênero Candida) e balanite (infecção fúngica da região conhecida popularmente como “cabeça do pênis”) por Candida. | 1 dose única oral de fluconazol 150 mg. |
Candidíase vaginal recorrente, ou seja, de repetição. | Dose única mensal de fluconazol 150 mg, de 4 a 12 meses. Algumas pacientes podem necessitar de um regime de dose mais frequente. |
Uso em Pacientes com Insuficiência Renal: o médico pode precisar ajustar a dose de acordo com a capacidade
de filtração dos rins.
Dose única de fluconazol 150 mg não é recomendada para crianças menores de 18 anos de idade e idosos (acima de 60 anos de idade), exceto sob supervisão médica.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Em casos de esquecimento da dose de fluconazol
Caso você se esqueça de tomar fluconazol 150 mg no horário estabelecido pelo seu médico, tome-o assim que
lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima dose, pule a dose esquecida e tome a
próxima, continuando normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Neste caso, não tome
uma dose em dobro para compensar doses esquecidas. O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Reações adversas
Os seguintes efeitos indesejáveis foram observados e relatados durante o tratamento com fluconazol 150 mg com as seguintes frequências:
Reações comuns (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento) | Cefaleia (dor de cabeça), dor abdominal, diarreia, náuseas (enjoos), vômitos, aumento de algumas substâncias do fígado no sangue (alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, fosfatase alcalina) e rash cutâneo (vermelhidão da pele). |
Reações incomuns (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento) | Insônia, sonolência, convulsões, tontura, parestesia (dormência e formigamento), alteração do sabor, vertigem (tontura), dispepsia (má digestão), flatulência (excesso de gases no estômago ou intestinos), boca seca, colestase (parada ou dificuldade da eliminação da bile), icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas por acúmulo de pigmentos biliares), aumento da bilirrubina (substância produzida pelo fígado), prurido (coceira), urticária (alergia da pele), aumento da sudorese (transpiração), erupção medicamentosa (aparecimento de lesões na pele devido ao uso do medicamento), mialgia (dor muscular), fadiga (cansaço), mal-estar, astenia (fraqueza) e febre. |
Reações raras (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento) | Agranulocitose (desaparecimento da célula de defesa granulócito), leucopenia (redução de células de defesa – leucócitos – no sangue), neutropenia (diminuição de um tipo de células de defesa no sangue: neutrófilos), trombocitopenia (diminuição das células de coagulação do sangue: plaquetas), anafilaxia (reação alérgica grave), angioedema (inchaço das partes mais profundas da pele ou da mucosa, geralmente de origem alérgica), hipertrigliceridemia (aumento da quantidade de triglicérides (um tipo de gordura no sangue), hipercolesterolemia (colesterol alto), hipocalemia (redução da quantidade de potássio no sangue), tremores, Torsade de Pointes, prolongamento QT (alterações do ritmo do coração), toxicidade hepática (do fígado), incluindo casos raros de fatalidades, insuficiência hepática (falência da função do fígado), necrose hepatocelular (morte de células do fígado), hepatite (inflamação do fígado), danos hepatocelulares (lesões das células do fígado), necrólise epidérmica tóxica (destruição e morte de células da pele), síndrome de Stevens-Johnson (reação alérgica grave com bolhas na pele e mucosas), pustulose exantematosa generalizada aguda (aparecimento de lesões vermelhas e cheias de pus na pele), dermatite esfoliativa (descamação da pele), edema facial (inchaço no rosto), alopecia (perda de cabelo). |
Reações com frequências não conhecidas (não podem ser estimadas a partir de dados disponíveis) | Reação ao medicamento com eosinofilia (aumento do número de eosinófilos, que são células sanguíneas de defesa a infecções) e sintomas sistêmicos (de vários órgãos e/ou tecidos) – DRESS. |
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo
uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
Superdose
O uso de doses muito altas de fluconazol 150 mg pode causar alucinações e comportamento paranoide, em outras palavras, sensação de perseguição.
Quando ocorrer uso de quantidade excessiva de fluconazol 150 mg procure rapidamente socorro médico. O tratamento sintomático poderá ser adotado, com medidas de suporte e lavagem do estômago, aumento da
intensidade da capacidade de urinar e hemodiálise, ou seja, filtração do sangue, se necessário.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a
embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.
Estudos clínicos para profissionais da saúde
Resultados de eficácia
- Candidíase Vaginal
O fluconazol (150 mg, dose única oral) é tão efetivo quanto o clotrimazol (200 mg, intravaginal, por 3 dias) para
o tratamento de candidíase vaginal, segundo estudo randomizado que envolveu 369 mulheres. Após 16 dias a
taxa de cura clínica foi de 99% e 97%, e de cura microbiológica de 85% e 81%, respectivamente. Após 27 a 62
dias a taxa de cura microbiológica também se manteve significantemente maior no grupo que usou o fluconazol
(72% vs 62%).
Em outro trabalho, a eficácia do fluconazol (150 mg, dose única oral) em comparação ao clotrimazol (500 mg,
intravaginal, dose única) também foi comprovada. Quarenta e três pacientes com candidíase vaginal foram
avaliadas, e após 8 dias do tratamento houve erradicação completa da Candida albicans em 87% das que usaram fluconazol contra 75% das que usaram clotrimazol. A reavaliação após 32 dias demonstrou a manutenção da erradicação do fungo em 87% e 60%, respectivamente. As pacientes tratadas com fluconazol apresentaram alívio mais rápido dos sintomas.
Resultado similar foi observado em um estudo que avaliou 471 mulheres com a posologia de fluconazol e
clotrimazol igual a do trabalho anterior. Após sete dias do final do tratamento a taxa de cura foi de 82% com
fluconazol e 76% com clotrimazol. A reavaliação após 28 dias mostrou taxas de 75% e 72%, respectivamente.
Um estudo envolvendo 229 mulheres observou taxa de cura micológica similar entre fluconazol (150 mg oral,
dose única), itraconazol (200 mg, dose única oral) e clotrimazol (creme vaginal a 1% ou supositório vaginal 500
mg). Estas taxas foram de 83%, 96% e 95%, respectivamente.
Em comparação ao cetoconazol (200 mg/dia, 2 vezes ao dia, durante 5 dias), a dose única de fluconazol (150 mg) por via oral mostrou mesma efetividade em um estudo duplo-cego que envolveu 183 pacientes.
Nenhuma diferença significativa de eficácia e segurança foi identificada na comparação entre fluconazol (150
mg via oral, dose única) com miconazol (1.200 mg intravaginal) em estudo duplo-cego, randomizado, controlado
por placebo realizado em 99 pacientes com vaginite por Candida.
Em 556 mulheres com vaginite por Candida recorrente ou severa, o fluconazol 300 mg por 3 dias é
significativamente mais eficaz do que 150 mg pelo mesmo período.
- Dermatomicoses
O fluconazol oral (150 mg, dose única) mostrou-se tão eficaz e seguro quanto o clotrimazol tópico (creme a 1%, 2 vezes ao dia por 2 a 4 semanas, ou 6 se Tinea pedis) em infecções fúngicas superficiais (incluindo Tinea
corporis, Tinea cruris, Tinea pedis e candidíase cutânea) segundo estudo realizado com 391 pacientes. A taxa de
cura foi de 85% e 82%, respectivamente para Tinea corporis, 90% e 88% para Tinea cruris, 81% e 72% para
Tinea pedis e de 100% nos dois grupos para candidíase cutânea. Após 1 mês da última dose as taxas de cura
mantidas foram de 75% no grupo com fluconazol e 80% no grupo com clotrimazol para Tinea corporis, 90% e
100% para Tinea cruris, 79% e 91% para Tinea pedis e de 100% e 71% para candidíase cutânea.
Em comparação com a griseofulvina (500 mg/dia por 4 a 6 semanas) o fluconazol (150 mg dose única diária,
semanal) mostrou eficácia similar para o tratamento de 230 pacientes com dermatomicoses. Após 6 semanas de tratamento de pacientes com Tinea corporis e Tinea cruris a taxa de cura foi de 74% nos usuários de fluconazol e 62% nos de griseofulvina.
Características farmacológicas
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo Farmacoterapêutico: antimicóticos para uso sistêmico, derivados triazólicos.
Modo de ação
O fluconazol, um agente antifúngico triazólico, é um inibidor potente e específico da síntese fúngica de
esteroides. Seu principal modo de ação é a inibição da desmetilação de 14-alfa-lanosterol mediada por citocromo P-450, um passo essencial na biossíntese de ergosterol pelos fungos. O acúmulo de 14-alfa-metil esterois se correlaciona com a subsequente perda de ergosterol na membrana celular dos fungos e pode ser responsável pela atividade antifúngica do fluconazol. Demonstrou-se que o fluconazol é mais seletivo para as enzimas do citocromo P 450 fúngicas do que para vários sistemas enzimáticos do citocromo P-450 de mamíferos.
O fluconazol é altamente específico para enzimas fúngicas dependentes do citocromo P 450.
Relação farmacocinética/farmacodinâmica
Em estudos com animais, existe uma correlação entre os valores de CIM e a eficácia contra micoses
experimentais devido a Candida spp. Em estudos clínicos, existe uma relação linear quase 1:1 entre a AUC e a
dose de fluconazol. Existe também uma relação direta, porém imperfeita, entre a AUC ou a dose e uma resposta
clínica bem-sucedida da candidose oral e, em menor grau, da candidemia ao tratamento. Da mesma forma, a cura é menos provável para infecções causadas por cepas com uma CIM de fluconazol mais alta.
Microbiologia
In vitro, o fluconazol exibe atividade antifúngica contra a maioria das espécies de Candida clinicamente comuns
(incluindo C. albicans, C. parapsilosis, C. tropicalis). As CIMs para C. glabrata e C. guilliermondii tendem a
ser mais altas, enquanto C. krusei é intrinsecamente resistente ao fluconazol. A espécie recentemente emergente C. auris tende a ser relativamente resistente ao fluconazol.
O fluconazol também exibe atividade in vitro contra Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii assim
como os fungos endêmicos Blastomyces dermatiditis, Coccidioides immitis, Histoplasma capsulatum e
Paracoccidioides brasiliensis.
A administração oral e intravenosa de fluconazol demonstrou ter atividade em uma variedade de modelos
animais com infecção fúngica. Foi demonstrada atividade contra micoses oportunistas, tais como infecções por Candida spp., incluindo candidíase sistêmica em animais imunocomprometidos; por C. neoformans, incluindo infecções intracranianas; por Microsporum spp. e por Trichophyton spp. O fluconazol também se mostrou ativo em modelos animais de micoses endêmicas, incluindo infecções com Blastomyces dermatitidis, Coccidioides immitis, incluindo infecções intracranianas e com Histoplasma capsulatum em animais normais ou
imunodeprimidos.
Mecanismos de resistência
Em espécies geralmente suscetíveis de Candida, o mecanismo de resistência mais comumente encontrado
envolve as enzimas alvo dos azois, responsáveis pela biossíntese do ergosterol. Mutações pontuais no gene
(ERG11) que codifica para a enzima alvo levam a um alvo alterado com menor afinidade por azois. A
superexpressão do ERG11 resulta na produção de altas concentrações da enzima alvo, criando a necessidade de maiores concentrações intracelulares de drogas para inibir todas as moléculas da enzima na célula.
O segundo mecanismo principal de resistência a drogas envolve o efluxo ativo de fluconazol para fora da célula
através da ativação de dois tipos de transportadores de efluxo de múltiplas drogas; os principais facilitadores
(codificados pelos genes MDR) e os da superfamília do cassete de ligação ao ATP (codificados pelos genes
CDR). A regulação positiva do gene MDR leva à resistência ao fluconazol, enquanto a regulação positiva dos
genes CDR pode levar à resistência a múltiplos azois.
A resistência na Candida glabrata geralmente inclui a regulação positiva dos genes CDR, resultando em
resistência a múltiplos azois. Para um isolado em que a concentração inibitória mínima (CIM) é de 16 a 32 mg/L, recomenda-se a dose mais alta de fluconazol.
Foram relatados casos de superinfecção por outras espécies de Candida que não C. albicans, as quais muitas
vezes não são suscetíveis ao fluconazol (por exemplo, Candida krusei). Esses casos podem requerer terapia
antifúngica alternativa.
Pontos de corte
Informações de referência do EUCAST
Com base em análises de dados farmacocinéticos/farmacodinâmicos (PK/PD), suscetibilidade in vitro e resposta clínica, o EUCAST AFST (Comitê Europeu de Testes de Susceptibilidade Antimicrobiana – Subcomitê de Testes de Susceptibilidade Antifúngica) determinou pontos de corte para o fluconazol para as espécies de Candida (documento racional EUCAST Fluconazole (2013) versão 2; Comitê Europeu de Testes de Suscetibilidade Antimicrobiana, Agentes Antifúngicos, tabelas de Pontos de Corte para interpretação de CIMs, Versão 9.0, válida a partir de 12-02-2018). Estes foram divididos em pontos de corte não relacionados a espécies, que foram determinados principalmente com base em dados de PK/PD e são independentes das distribuições de CIM de espécies específicas e pontos de corte relacionados a espécies para aquelas espécies mais frequentemente associadas à infecção humana. Esses pontos de corte são apresentados na tabela abaixo:
Antifúngico | Pontos de corte relacionados a espécies (S) em mg/L | Pontos de corte não relacionados a espéciesA S em mg/L |
Fluconazol | Candida albicans: 2/4;
Candida glabrata: 0,002/32* ; Candida krusei: – – ; Candida parapsilosis: 2/4; Candida tropicalis: 2/4 |
2/4 |
S = Susceptível, R = Resistente
A = Pontos de corte não relacionados a espécies foram determinados principalmente com base em dados de
PK/PD e são independentes das distribuições de CIM de espécies específicas. Eles são para uso somente em
organismos que não possuem pontos de corte específicos; — = O teste de suscetibilidade não é recomendado, pois a espécie é um alvo inadequado para a terapia com o medicamento; * = Um número significativo de infecções envolve C. glabrata, para o qual as CIM de fluconazol são de 2-32 mg/L na ausência de mecanismos de resistência. Como existem poucos agentes adequados para o tratamento de infecções do trato urinário e infecções das mucosas gerenciadas no ambiente de atenção primária à saúde, o fluconazol pode ser uma escolha adequada. Nos casos em que o fluconazol é o único agente antifúngico disponível para o tratamento de infecções por C. glabrata, pode ser necessário o uso de uma dose mais alta.
Não há evidências suficientes de que as seguintes espécies sejam bons alvos para a terapia com fluconazol:
C. dubliniensis, C. guilliermondii.
Propriedades farmacocinéticas
As propriedades farmacocinéticas do fluconazol são similares após administração por via intravenosa e oral.
Após administração oral, o fluconazol é bem absorvido e os níveis plasmáticos (e biodisponibilidade sistêmica)
estão acima de 90% dos níveis obtidos após administração intravenosa. A absorção oral não é afetada pela
ingestão concomitante de alimentos. Em jejum, os picos de concentração plasmática ocorrem entre 0,5 e 1,5 hora após a dose, com meia-vida de eliminação plasmática de aproximadamente 30 horas. As concentrações
plasmáticas são proporcionais à dose. Após 4 a 5 dias com doses diárias, são alcançados 90% dos níveis de
equilíbrio (steady state).
A administração de uma dose de ataque (no Dia 1), equivalente ao dobro da dose diária usual, atinge níveis
plasmáticos de aproximadamente 90% dos níveis de equilíbrio (steady state) no Dia 2. O volume aparente de
distribuição aproxima-se do volume total corpóreo de água. A ligação às proteínas plasmáticas é baixa (11%-
12%).
O fluconazol apresenta boa penetração em todos os fluidos corpóreos estudados. Os níveis de fluconazol na
saliva e escarro são semelhantes aos níveis plasmáticos. Em pacientes com meningite fúngica, os níveis de
fluconazol no fluído cérebro-espinhal (FCE) são aproximadamente 80% dos níveis plasmáticos correspondentes.
Altas concentrações de fluconazol na pele, acima das concentrações séricas, foram obtidas no extrato córneo,
epiderme-derme e suor écrino. O fluconazol acumula no extrato córneo. Durante o tratamento com dose única
diária de 50 mg, a concentração de fluconazol após 12 dias foi de 73 mcg/g, e 7 dias depois do término do
tratamento a concentração foi de 5,8 mcg/g. Em tratamento com dose única semanal de 150 mg, a concentração de fluconazol no extrato córneo no Dia 7 foi de 23,4 mcg/g e 7 dias após a segunda dose, a concentração ainda era de 7,1 mcg/g.
A concentração de fluconazol nas unhas após 4 meses de dose única semanal de 150 mg foi de 4,05 mcg/g em
unhas saudáveis, e de 1,8 mcg/g em unhas infectadas, e o fluconazol ainda era detectável em amostras de unhas 6 meses após o término do tratamento.
Via de excreção
A principal via de excreção é a renal, com aproximadamente 80% da dose administrada encontrada como
fármaco inalterado na urina. O clearance do fluconazol é proporcional ao clearance da creatinina. Não há
evidência de metabólitos circulantes.
Tempo de meia-vida
A meia-vida longa de eliminação plasmática serve de suporte para a terapia de dose única para candidíase
vaginal e dose única diária ou semanal para outras indicações.
Lactantes
Um estudo farmacocinético em 10 lactantes, que pararam de amamentar temporária ou permanentemente seus
lactentes, avaliou as concentrações de fluconazol no plasma e no leite materno por 48 horas após uma dose única de 150 mg de fluconazol. O fluconazol foi detectado no leite materno em uma concentração média de
aproximadamente 98% da do plasma materno. O pico médio da concentração de leite materno foi de 2,61 mg/L
às 5,2 horas pós-dose.
Farmacocinética em idosos
Um estudo farmacocinético foi conduzido em 22 indivíduos com 65 anos de idade ou mais, recebendo dose
única oral de 50 mg de fluconazol. Dez desses indivíduos receberam diuréticos concomitantemente. A Cmáx foi
de 1,54 ugg/mL e ocorreu 1,3 horas após a administração. A AUC média foi de 76,4 ± 20,3 ug.h/mL e a meia-vida terminal média foi de 46,2 horas. Esses valores dos parâmetros farmacocinéticos são maiores do que os valores análogos relatados em voluntários jovens, normais e do sexo masculino. A coadministração de diuréticos não alterou significativamente a AUC ou a Cmáx. Além disso, o clearance de creatinina (74 mL/min), a
porcentagem de fármaco inalterado recuperado na urina (0-24 horas, 22%) e o clearance renal de fluconazol
estimado (0,124 mL/min/kg) para os indivíduos idosos geralmente foram menores do que aqueles encontrados
nos voluntários jovens. Assim, a alteração da disposição de fluconazol em indivíduos idosos parece estar
relacionada à redução da função renal característica deste grupo. Um comparativo da meia-vida de eliminação
terminal versus o clearance de creatinina de cada indivíduo, comparado à curva prevista de meia-vida –
clearance de creatinina derivado de indivíduos normais e indivíduos com variação no grau de insuficiência renal, indicou que 21 de 22 indivíduos caíram dentro da curva prevista de meia-vida – clearance de creatinina (limite de confiança de 95%). Esses resultados são consistentes com a hipótese de que valores maiores para os
parâmetros farmacocinéticos observados em pacientes idosos, comparados à voluntários jovens normais do sexo masculino, são devidos à redução da função renal que é esperada nos pacientes idosos.
Dados de segurança pré-clínicos
Carcinogênese
O fluconazol não apresentou evidência de potencial carcinogênico em camundongos e ratos tratados por 24
meses com doses orais de 2,5; 5 ou 10 mg/kg/dia (aproximadamente 2-7 vezes maiores que a dose recomendada para humanos). Ratos machos tratados com 5 e 10 mg/kg/dia apresentaram um aumento na incidência de adenomas hepatocelulares.
Mutagênese
O fluconazol, com ou sem ativação metabólica, apresentou resultado negativo em testes para mutagenicidade em quatro cepas de Salmonella typhimurium e na linhagem de linfoma L5178Y de camundongos. Estudos
citogenéticos in vivo (células da medula óssea de murinos, seguido de administração oral de fluconazol) e in
vitro (linfócitos humanos expostos a 1.000 µg/mL de fluconazol) não demonstraram evidências de mutações
cromossômicas.
Alterações na Fertilidade
O fluconazol não afetou a fertilidade de ratos machos ou fêmeas tratados oralmente com doses diárias de 5 mg/kg, 10 mg/kg ou 20 mg/kg ou doses parenterais de 5 mg/kg, 25 mg/kg ou 75 mg/kg, embora o início do
trabalho de parto tenha sido levemente retardado com doses orais de 20 mg/kg. Em um estudo perinatal
intravenoso com ratos e doses de 5 mg/kg, 20 mg/kg e 40 mg/kg, foram observados distocia e prolongamento do parto em algumas fêmeas com dose de 20 mg/kg (aproximadamente 5-15 vezes maior que a dose recomendada para humanos) e 40 mg/kg, mas não com 5 mg/kg. Os distúrbios no parto foram refletidos por um leve aumento no número de filhotes natimortos e redução da sobrevivência neonatal nestes níveis de dose. Os efeitos no parto em ratos se mostraram consistentes com a propriedade espécie-específica de diminuir o estrógeno, produzida por altas doses de fluconazol. Esta modificação hormonal não foi observada em mulheres tratadas com fluconazol (vide subitem Propriedades Farmacodinâmicas).
Outros medicamentos que apresentam fluconazol em sua composição
Fabricantes
- Arese Pharma;
- Avert;
- Biolab;
- Cimed;
- EMS;
- Eurofarma;
- Geolab;
- Libbs;
- Medley;
- Medquímica;
- Pfizer;
- Teuto
Formas farmacêuticas
Fonte: Guia da Farmácia, com base nas informações extraídas da bula do medicamento de referência Zoltec® – versão para pacientes e versão para profissionais da saúde.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Dra. Bruna Giannocaro Borges CRF/SP 95353. Consulte a bula original. Última atualização: 11 de Janeiro de 2021