Chile aprova ampliação do uso da CoronaVac para crianças a partir dos seis meses

Decisão foi baseada em estudos que atestam a segurança e imunogenicidade da vacina

Na última terça-feira (23), o Instituto de Saúde Pública do Chile (ISP) aprovou a ampliação do uso da CoronaVac para crianças a partir dos seis meses de idade, com o apoio e recomendação do Comitê de Especialistas em Avaliação de Vacinas.

Com a decisão, então, o Chile se torna a segunda região do mundo a aplicar a vacina nesse público, após Hong Kong, que autorizou o uso da CoronaVac para essa faixa etária no início de agosto.

A saber, o imunizante já era utilizado a partir dos 3 anos no Chile desde dezembro e, em Hong Kong, desde fevereiro.

 Contudo, a aprovação da vacina é baseada em “dados da literatura científica sobre segurança e eficácia, que demonstram que os benefícios da imunização superam os possíveis riscos”, de acordo com a nota divulgada no site do ISP.

Resultados de um estudo clínico de fase 3, conduzido pela farmacêutica chinesa Sinovac na África do Sul, Chile, Malásia, Filipinas e Quênia, têm mostrado um ótimo perfil de segurança e imunogenicidade para crianças de seis a 35 meses, sem relato de efeitos adversos graves.

O que diz a Sinovac

 “Até agora, a CoronaVac já foi aprovada para o público infantil em 14 países, como Indonésia, Tailândia, Brasil, Chile e Colômbia. Mais de 260 milhões de doses foram administradas, garantindo a proteção de mais de 130 milhões de crianças ao redor do mundo”, afirma a Sinovac em comunicado oficial

 Um estudo feito no Brasil com 27 bebês e crianças, entre sete meses e 5 anos, reforçou a segurança e imunogenicidade da CoronaVac em crianças pequenas.

Realizada pelo Instituto Adolfo Lutz, pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas e pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a pesquisa foi feita com brasileiros que receberam por engano o imunizante no lugar da vacina da influenza nas cidades de Diadema e Itirapina, no estado de São Paulo.

A vacina induziu produção de anticorpos e apenas uma criança apresentou efeito adverso, considerado leve (coriza).

Dosagem

Todavia, outro importante indicativo da segurança da CoronaVac para a população pediátrica é que a dosagem é a mesma que é usada em adultos – ou seja, não foi preciso reduzir a dose como em outras vacinas.

“Podemos usar a mesma dosagem para crianças sem nenhum risco à segurança. E, para garantir que as crianças tenham uma melhor proteção, nos baseamos nos estudos clínicos nos quais testamos doses até mais altas do que a atual e vimos que a vacina é ainda muito segura para as crianças. Então, não alteramos a dosagem”, disse, então, o vice-presidente da Sinovac, Weining Meng.

 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em julho, por unanimidade, a administração da CoronaVac para crianças brasileiras de 3 a 5 anos.

A faixa etária de 6 a 17 anos recebe a vacina desde janeiro e tem, dessa maneira, mostrado um alto nível de proteção, mesmo em meio ao surto da variante ômicron.

A efetividade estimada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em estudo publicado na Nature Communications, foi, então, de 59,2% contra hospitalizações.

 De acordo com um levantamento da Farmacovigilância do Butantan, a taxa de eventos adversos da CoronaVac em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no Brasil é menos de um caso a cada 100 mil doses administradas.

Os dados, reunidos até o final de julho, consideram as mais de 13 milhões de doses aplicadas neste público.

Especificamente nas crianças entre 6 e 11 anos, a ocorrência de efeitos adversos é ainda menor: 0,58 a cada 100 mil doses.

Fonte: Instituto Butantan

Foto: Shutterstock

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