Cientistas testam pílula que promete resultados iguais exercícios físicos

Os testes realizados com o SLU-PP-332, o composto inovador, mostram que o remédio parece “capaz de imitar o impulso físico do treino”

Enquanto os medicamentos para perda de peso atraem cada vez mais consumidores, os cientistas estão desenvolvendo uma droga complementar que promete resultados semelhantes aos dos exercícios físicos. Conforme explicado em um comunicado feito pela American Chemical Society, os testes realizados com o SLU-PP-332, o composto inovador, mostram que o remédio parece “capaz de imitar o impulso físico do treino”.

“Não podemos substituir o exercício, ele é importante em todos os níveis”, disse Bahaa Elgendy, professor de anestesiologia da Escola Médica da Universidade de Washington e principal pesquisador do medicamento. “Se posso me exercitar, devo fazer atividade física. Mas há muitos casos em que é necessário um substituto”.

Os testes com o SLU-PP-332 foram realizados em roedores e, até agora, apresentaram resultados promissores e poucos efeitos colaterais. No entanto, um estudo da Universidade da Flórida sobre o SLU-PP-332 observa que ainda são necessários mais testes em animais antes de o medicamento ser liberado para experimentos em humanos.

Em uma entrevista à Fortune, Elgendy se disse otimista sobre as muitas maneiras pelas quais uma pílula SLU-PP-332 poderia ajudar quem não pode se exercitar devido a doenças ou deficiências físicas, ou mesmo aqueles que perderam peso rapidamente, mas ainda não fortaleceram os músculos.

“O remédio poderia complementar os programas de exercícios para trazer mais benefícios aos pacientes”, disse o médico. “Ou poderia ser combinado com a nova onda de medicamentos usados para obesidade e perda de peso”.

O SLU-PP-332 foi, como observa o comunicado da ACS, identificado após mais de uma década de estudo em proteínas especializadas conhecidas como receptores relacionados ao estrogênio, ou ERRs. Depois de estudar a estrutura dessas proteínas e as moléculas que as ligam a outras, Elgendy e seus colegas projetaram novas moléculas para sintetizar e imitar a ativação de ERRs – daí surge o novo composto.

Especificamente, o composto aumenta “um tipo de fibra muscular resistente à fadiga, ao mesmo tempo em que melhora a resistência dos animais quando os mesmos correm numa passadeira para roedores”, o que pode tornar os treinos mais eficazes.

O pesquisador destaca que ainda serão necessários pelo menos cinco anos antes que os humanos possam tomar o SLU-PP-332, à medida que o medicamento continua a passar por testes em animais e eventualmente em pessoas.

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Fonte: Época Negócios

Foto: Shutterstock

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