A farmácia é um estabelecimento de saúde e, portanto, deve atuar como tal na disseminação de informação baseada em evidência científica
Inicialmente, as pessoas precisam saber o que é uma vacina. Conceitualmente, vacinas são produtos biológicos que contêm uma ou mais substâncias antigênicas que, quando inoculados, são capazes de induzir imunidade específica ativa e proteger contra a doença causada pelo agente infeccioso que originou o antígeno. A introdução do agente patogênico (morto ou enfraquecido) ou seus derivados no organismo estimula o sistema imune a produzir anticorpos. Ou seja, quando o indivíduo entrar em contato e infectar-se com aquele agente patogênico, o organismo produzirá uma resposta imunológica de forma mais rápida para destruí-lo, em razão de criar uma memória sobre a doença e como combatê-la por meio do sistema imune se houver uma nova exposição ao microrganismo.
Para se trabalhar campanhas de vacinação em farmácias é fundamental ressaltar a sua importância para a qualidade de vida da pessoa e, também, da população. Tem que se pensar no coletivo porque uma vez não vacinado, a pessoa poderá contrair a enfermidade e passá-la para o seu entorno, para pessoas que não têm condições de saúde necessárias para serem vacinadas, com agravos de saúde onde se torna impeditivo a vacinação, dependendo do estado clínico apresentado.
Também, a forma de fazer as Campanhas deve apresentar criatividade nas ferramentas a serem utilizadas, estratificando as informações por faixa etária com material de Educação em Saúde específico, em linguagem de entendimento direcionado para as diferentes faixas etárias.
Para as crianças, atividades lúdicas com o tema de vacinação, certamente, farão muito sucesso, além de serem ferramentas educativas. Jogos de caça-palavras, quebra-cabeças, “diploma de bom comportamento” durante a aplicação da injeção, jogo de tabuleiro, vídeos animados enquanto esperam a aplicação, livros para colorir, etc.
Grande parte destas ferramentas pode ser adaptada a todas as idades, incluindo adultos e idosos, que devem obedecer ao calendário vacinal anual estabelecido pelo Ministério da Saúde, para as diferentes faixas de idade (crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes).
Outra ferramenta que a farmácia poderá utilizar, também, é distribuir amplamente material escrito de como se desenvolve uma vacina e sua fundamentação científica. A população sofre com a disseminação de “fake news” que espalham e fomentam informações completamente errôneas pelas mídias sociais. Outra sugestão seria um canal de conversa, por telefone, e-mail, presencialmente ou whatsapp para o esclarecimento sobre vacinas, de dúvidas que a população atendida possa apresentar.
Deixar a farmácia com ambiente alegre, atrativo e aconchegante, com bexigas, banner e faixas de incentivo, tanto externamente, quanto internamente, são essenciais para as pessoas se sentirem à vontade.
A farmácia é um estabelecimento de saúde e, portanto, deve atuar como tal na disseminação de informação baseada em evidência científica, como parte de suas atividades de Educação em Saúde, à coletividade que atende.
Qual o potencial e como atender o público idoso na farmácia?
Fonte: Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Maria Aparecida Nicoletti, com exclusividade para o portal Guia da Farmácia.
Fotos: Shutterstock e Divulgação
