Estudo com idosos hospitalizados por Covid-19 no Einstein avalia fatores de risco para desenvolver insuficiência respiratória grave e mortalidade

O objetivo da pesquisa foi estudar quais são os fatores relacionados a uma pior evolução clinica entre os pacientes internados por Covid-19

Estudo1 brasileiro realizado por pesquisadores do Einstein e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) avaliou a influência de doenças crônicas, comprometimento radiológico pulmonar e exames laboratoriais no risco de desenvolver insuficiência respiratória grave com necessidade de ventilação mecânica (intubação) e morte em idosos hospitalizados com Covid-19.

A saber, a pesquisa, que acaba de ser publicada pelo jornal científico inglês BMC Geriatrics, contou, então, com 201 pacientes com mais de 60 anos.

Dessa maneira, o objetivo da pesquisa foi estudar quais são os fatores relacionados a uma pior evolução clinica entre os pacientes internados por Covid-19.

Para isso, os pesquisadores acompanharam, então, os participantes do estudo, já desde o momento da internação (estudo prospectivo).

E também avaliaram os desfechos de insuficiência respiratória grave com necessidade de ventilação mecânica e mortalidade.

Vitamina D

“Os resultados apontam que, dentre todos os fatores analisados, os níveis de vitamina D no sangue menores que 40ng/mL, anemia (hemoglobina menor que 12g/mL), proteína C-reativa (um marcador de inflamação) maior que 80ng/mL e comprometimento pulmonar maior que 50% na tomografia computadorizada foram preditores importantes e independentes para insuficiência respiratória grave e ventilação mecânica”, explica, então, um dos autores da pesquisa e médico geriatra do Einstein e professor da Unifesp, Alberto Frisoli Junior.

 Por outro lado, os fatores preditivos de morte foram a presença de fibrilação atrial (um tipo específico de arritmia cardíaca) e história de câncer.

Além de também o aumento de uma das principais substâncias inflamatórias relacionadas à Covid-19, a interleucina 6.

A anemia também foi preditora de morte, mas de forma menos intensa que os demais.

Dentre os participantes, 16,9% evoluíram, então, para insuficiência respiratória com necessidade, portanto, de ventilação mecânica.

“Em contrapartida, o estudo demonstrou que níveis maiores que 40 ng/mL de vitamina D no organismo apresentam seis vezes menos chance de o paciente ser intubado”, esclarece Frisoli.

Contudo, ainda não se sabe o motivo de isso acontecer, mas há evidências de que a vitamina D tenha um papel relevante para a imunidade, auxiliando, portanto, no funcionamento adequado do sistema imunológico.

Metodologia

Este estudo apresentou uma metodologia diferenciada por analisar as variáveis relacionadas à gravidade de casos de Covid-19 por meio, então, de acompanhamento médico criterioso.

Todavia, a pesquisa foi, então, realizada em caráter prospectivo, em que pacientes minuciosamente selecionados são acompanhados desde a internação.

Portanto, os dados de doenças crônicas, tomografia do pulmão e exames laboratoriais foram coletados, então, nas primeiras 48h de internação.

E também avaliados de forma independente para garantir que esses fatores possam interferir no desfecho clínico.

O estudo foi financiado pela farmacêutica Hypera Pharma, que não fez qualquer apontamento no desenvolvimento.

 Referência:

1Chronic diseases, chest computed tomography, and laboratory tests as predictors of severe respiratory failure and death in elderly Brazilian patients hospitalized with COVID-19: a prospective cohort study. BMC Geriatrics

Fontes: Hospital Israelita Albert Einstein / Unifesp

Foto: Shutterstock

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