Exclusivo: doenças alérgicas acometem 30% da população

No Dia Nacional de Prevenção das Doenças Alérgicas, comemorado em 07 de maio, especialista mostra como preveni-las

As doenças alérgicas são constantes e recorrentes na vida de milhões de brasileiros. De acordo com dados a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), as alergias como rinite e asma, são as mais frequentes. Enquanto a rinite acomete cerca de 30% da população brasileira, a asma é um dos problemas de saúde respiratória mais recorrentes no Brasil, onde 23,2% da população vive com a doença. “Em 2021, foram realizados 1,3 milhão de atendimentos na Atenção Primária à Saúde, a porta de entrada do brasileiro ao Sistema Único de Saúde (SUS). O número corresponde a, aproximadamente, 231 mil consultas a mais que o ano anterior”, comenta o coordenador da Comissão de Alérgenos da ASBAI, Dr. Clóvis Santos Galvão.

Acompanhe, a seguir, algumas dúvidas recorrentes sobre o tema respondidas pelo especialista da ASBAI.

Quais são as principais doenças alérgicas?

As principais doenças alérgicas são as respiratórias, como rinite e asma, que geralmente se manifestam desde a infância.

“Mais de 80% das pessoas que têm asma apresentam uma rinite associada, e mais da metade dos riníticos sofrem de asma, ou seja, uma boa parte dos alérgicos apresentam as duas manifestações de alergia”, conta o Dr. Galvão.

Ele reforça que enquanto a rinite se caracteriza pela presença de nariz entupido e escorrendo, espirros e coceira nasal, na asma, os sintomas típicos são a falta de ar, acompanhada de chiado e sensação de aperto no peito, além de tosse seca.

Existem perfis de pessoas mais suscetíveis à doenças alérgicas?

No caso das alergias respiratórias, como existe um componente genético muito importante em seu aparecimento, a maioria dos casos tem início na infância, tornando a faixa etária pediátrica mais susceptível.

“Entretanto, estas alergias respiratórias podem estar presentes em todas as faixas de idade”, pontua o Dr. Galvão.

Como tratar as alergias?

O controle ambiental é parte importante do tratamento das doenças respiratórias. É o momento onde o especialista orienta o paciente e a família a evitar a exposição aos principais agentes causadores de alergias, como ácaros da poeira, pelos de animais, polens e fungos.

“O princípio geral para o tratamento medicamentoso das rinites é o uso de corticoides tópicos nasais de uso continuo e anti-histamínicos nas crises. E, para a asma, usamos corticoides inalados de forma continua para prevenir as exacerbações e broncodilatadores para as crises”, esclarece o Dr. Galvão.

Ele diz que em ambos os casos é possível  usar outras medicações anti-inflamatórias, como os antileucotrienos e agora mais recentemente, principalmente para asma grave, a medicina tem à disposição os imunobiológicos que são terapias alvo que bloqueiam moléculas especificas que fazem parte do mecanismo da resposta alérgica, como anti-IgE, Anti-IL4, Anti-IL5 e etc.

“Além disso, o alergista também pode indicar a imunoterapia específica com alérgenos, onde o paciente é dessensibilizado ao antígeno que provoca os seus sintomas alérgicos. Porém, todas esta ferramentas só terão eficácia se o paciente aderir ao tratamento”, finaliza o Dr. Galvão.

Quais as principais orientações para prevenir doenças respiratórias?

  • Dar preferência para pisos frios, que permitam uma melhor remoção da poeira na limpeza de casa;
  • Evitar o uso de muitos adornos de decoração, pois facilitam o acúmulo de poeira, como almofadas, cortinas pesadas e mesmo os bichinhos de pelúcia;
  • Os animais de estimação devem ficar fora do quarto de dormir;
  • As janelas da casa devem ficar abertas para que o ar circule e o ambiente fique arejado;
  • Ao fazer a limpeza de casa, utilizar produtos com cheiros neutros para não agredir a mucosa respiratória do paciente;
  • Procurar um especialista em alergia e/ou imunologia para fazer o diagnóstico correto e, assim, seguir o tratamento mais adequado.

Fonte: Dr. Clóvis Eduardo Santos Galvão, Coordenadora da Comissão de Alérgenos da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

Foto: Shutterstock

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