Saiba orientar o paciente corretamente sobre as diferenças de homeopatias e outros produtos
No dia 21 de novembro de 1840, o médico homeopata francês Dr. Benoît Jules Mure desembarcou no Brasil junto com várias famílias francesas e o aval do Imperador Dom Pedro II para fundar uma comunidade de trabalhadores. Mas para além desta missão, a principal contribuição de Mure foi introduzir a homeopatia no País, inclusive propiciando tratamento para a população pobre e os escravos. Como homenagem, a data celebra o Dia Nacional da Homeopatia.
As bases científicas e práticas da homeopatia foram criadas pelo médico alemão Samuel Hahnemann, no século XVIII, a partir do princípio da cura pelo semelhante, ou seja, os medicamentos que produzem sintomas em pessoas sadias são semelhantes aos sintomas manifestados em indivíduos doentes.
Entretanto, para além da homeopatia, é preciso entender a diferença entre a fitoterapia e antroposofia. Saiba mais sobre isso de acordo com os especialistas: coordenadora do Grupo Técnico de Trabalho de Homeopatia do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRFSP), Dra. Márcia de Cássia Silva Borges; farmacêutica e secretária de Saúde de Jardinópolis (SP), Dra. Ivanice Maria Cestari Dandaro; dermatologista e homeopata, Dra. Telma Malva Chiaratti; pediatra e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP – USP), Dr. Fabio Carmona; e Associação Brasileira de Medicina Antroposófica (ABMA):
Homeopatia x Fitoterapia x Antroposofia: Entenda as diferenças
Homeopatia
Especialidade médica de caráter holístico e visão vitalista, a homeopatia segue quatro princípios: a Lei dos Semelhantes (“simila similibus curantur” ou a cura pelo semelhante), ou seja, tratar o paciente com um medicamento capaz de provocar os mesmos sintomas da doença numa pessoa sadia; e a experimentação no homem sadio, com a realização de testes das substâncias antes de serem usadas como medicamento, bem como a catalogação dessas substâncias e seus efeitos.
Outro princípio são as doses infinitesimais (ou mínimas), isso significa que, ao diluir os medicamentos, em vez de reduzir seus efeitos, estes são potencializados sem o risco de intoxicações. O preparo dos medicamentos homeopáticos envolve pequenas quantidades de substâncias dos reinos vegetal, mineral e animal. Por fim, medicamento único, ou seja, o uso de um medicamento homeopático de cada vez para observar a reação no organismo do paciente. Entretanto, não há contraindicação no uso de mais de um medicamento.
Fitoterapia
É um recurso terapêutico de origem milenar, caracterizado pelo uso de plantas medicinais e seus derivados para a prevenção e cura de doenças. A fitoterapia, que é um dos pilares da Medicina Tradicional Chinesa e da Ayuerveda, pode ser utilizada no tratamento de qualquer patologia, sendo que os experimentos indicam maior efetividade no caso de doenças crônicas não transmissíveis e alérgicas.
O medicamento fitoterápico pode ser a escolha principal ou usado como tratamento complementar e integrativo, como, por exemplo, no apoio terapêutico aos pacientes que fazem quimioterapia e radioterapia para a diminuição dos efeitos colaterais e melhoria no bem-estar.
Assim, medicamentos fitoterápicos, alopáticos e homeopáticos podem ser usados de forma sinérgica. Cabe ao médico avaliar as necessidades do paciente. Os principais benefícios atribuídos à fitoterapia são: tratamento natural, baixo custo e redução de efeitos colaterais.
Antroposofia
É uma filosofia de vida e conhecimento criada pelo filósofo Rudolf Steiner, na Europa, no início do século XX. No contexto da saúde, a antroposofia se apoia no pensamento científico e baseia-se em princípios éticos, de liberdade, coerência e amor altruísta em diversas áreas: medicina, odontologia, enfermagem, farmacêutica, psicologia, aconselhamento biográfico e terapias externas.
A medicina antroposófica adota uma abordagem individualizada dos problemas de saúde e considera o ser humano além da sua constituição física, agregando três dimensões – vital, emocional e espiritual.
Alergias, doenças cardíacas, respiratórias, ginecológicas, oncológicas, autoimunes, pediátricas, psiquiátricas, etc. podem ser tratadas com essa prática. O tratamento envolve os medicamentos antroposóficos, preparados e dinamizados a partir de substâncias minerais, vegetais e animais, além de outras abordagens terapêuticas complementares, como massagem rítmica, terapia artística, euritmia, musicoterapia, quirofonética, etc. É possível combinar medicamentos antroposóficos com alopáticos, homeopáticos ou fitoterápicos.
CFF regulamenta a atuação do farmacêutico na Aromaterapia e no uso de óleos essenciais
Fonte: Guia da Farmácia
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