Governo de SP coloca todo o estado na fase vermelha da quarentena por 14 dias a partir de sábado

A fase vermelha autoriza apenas o funcionamento de setores da saúde, farmácias, transporte, imprensa, estabelecimentos como padarias, mercados, postos de combustíveis, escolas e atividades religiosas

O governo de São Paulo (SP) regrediu todo o estado à fase vermelha, a mais restritiva da quarentena.

A medida entra em vigor na primeira hora do próximo sábado (6) e deve permanecer até o dia 19 de março.

O anúncio foi feito pelo governador João Doria nesta quarta-feira (3).

Assim, a fase vermelha autoriza apenas o funcionamento de setores da saúde, transporte, imprensa, estabelecimentos como padarias, mercados, farmácias e postos de combustíveis.

Além de escolas e atividades religiosas, que foram incluídas na lista de serviços essenciais por meio de decretos estaduais.

No entanto, shoppings, academias, restaurantes, bares e comércios não podem funcionar.

A mudança na classificação do estado tem o objetivo de tentar conter o avanço da pandemia no país, após São Paulo ter batido recorde de mortos por Covid-19 e de pessoas internadas com a doença.

Atualmente, de acordo com a atualização mais recente do plano estadual, divulgada na sexta-feira (26), seis regiões estão, portanto, na fase vermelhaAraraquaraBauruBarretosPresidente PrudenteRibeirão Preto e Marília.

Entretanto, algumas prefeituras de cidades da Grande SP e do interior já tinham, contudo, determinado medidas mais restritivas do que as do governo paulista.

As novas determinações de endurecimento da quarentena atenderam ao pedido do Centro de Contingência do Coronavírus e dos prefeitos do estado que, em reunião nesta última terça-feira (2), pediram ações mais efetivas para reduzir a circulação de pessoas.

Beira de um colapso

Além da velocidade da transmissão, médicos e integrantes do governo avaliam que uma considerável parte da população não está tomando os devidos cuidados.

O agravamento da situação em quase todo o país potencializa a possibilidade de colapso porque impede remoção de pacientes para regiões menos comprometidas, como ocorreu durante a crise em Manaus, em janeiro.

Em projeção realizada na semana passada, o ritmo da pandemia apontava o colapso do sistema de saúde em 20 de março.

Um novo cálculo, no início desta semana, indicou esgotamento em duas semanas, por causa da aceleração do contágio e da situação dos internados.

Os resultados das projeções foram confirmados por quatro integrantes do grupo de formulação das medidas de enfrentamento à pandemia em São Paulo.

Hospitais de campanha

Mesmo com o agravamento da pandemia, o governo não confirmou, contudo, a reabertura de hospitais de campanha na capital, porque.

De acordo com a administração estadual, o estado precisa de leitos de UTI, mais complexos, e as estruturas abertas na primeira onda de pandemia só tinham leitos de enfermaria.

Em fevereiro, o governo chegou a anunciar que reabriria, então, o Hospital de Campanha de Heliópolis, o único da cidade que tinha leitos de UTI.

Entretanto, o governo anunciou a abertura de 500 novos leitos em hospitais estaduais, municipais, filantrópicos e também em santas casas em todo o estado a partir de segunda-feira (8):

  • 339 de UTI
  • 161 de enfermaria

O que pode funcionar no Estado de SP na fase vermelha?

  • Escolas e universidades.
  • Hospitais, clínicas, farmácias, dentistas e estabelecimentos de saúde animal (veterinários).
  • Supermercados, hipermercados, açougues e padarias, lojas de suplemento e também feiras livres.
  • Delivery e drive-thru para bares, lanchonetes e restaurantes: permitido serviços de entrega.
  • Cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis e também lojas de materiais de construção.
  • Empresas de locação de veículos, oficinas de veículos, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos.
  • Serviços de segurança pública e privada.
  • Construção civil e indústria.
  • Meios de comunicação, empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
  • Outros serviços: igrejas e estabelecimentos religiosos, lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica e também bancas de jornais.

Contudo, no final do ano passado, o governo passou, portanto, a considerar a educação como serviço essencial.

A saber, nesta quarta, Doria também incluiu na lista as atividades religiosas.

Fontes: G1 e UOL

Foto: Shutterstock

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