Que chances você está dando para o Gerenciamento por Categorias?

A primeira matéria da série traz um questionamento importante para o varejo farmacêutico: é possível ter um GC possível, implementável e mensurável?

Tenho dois filhos, de 11 e 7 anos de idade. Esta semana, conversando com o Matheus, o mais velho, ele estava me contando que achava que tinha ido bem na prova de inglês.

Em uma das questões dissertativas, a pergunta era: “Na sua opinião, qual o futuro da música?”. E ele me relatou, em inglês, que, na visão dele, a música seria cada vez mais democrática e acessível, que, no futuro, não haveria opção de compra, apenas de download e, o que ele considerou “disruptivo” (obviamente não com este termo, afinal, só tem 11 anos de idade), é que logo mais seria possível ouvir no celular o show de um artista ao vivo, em tempo real, tudo a alcance de um click.

Analisando rasamente o momento atual e um breve histórico da evolução no acesso à musica, achei perfeitamente possível esse cenário, num futuro muito próximo.

Bom, se você chegou até aqui, deve se perguntar o que está história tem a ver com Gerenciamento por Categorias (GC). Nada e, ao mesmo tempo, tudo. Explico: a visão do meu filho foi apenas para contextualizar que estamos num processo evolutivo vertiginoso, novas gerações, novas tendências, novos modelos de trabalho, de economia, de relações…

E qual não foi minha surpresa, ao conversar com um grande player do varejo de um segmento que ainda desconhece GC, me deparar com a pergunta: “Você não adota os oito passos? Dias atrás, ouvi uma palestra sobre o tema e o fio condutor para explicar GC foram os oito passos…”.

O que buscamos desenvolver, ao longo dos anos, foi uma metodologia que fizesse sentido para a indústria, para o varejo e, principalmente, para o shopper

Ele me perguntou quando eu estava apresentando uma metodologia proprietária, que consideramos a evolução dos processos de GC e a praticamos há anos, com diversos cases de sucesso. Pedi desculpas ao Brian Harris e, da forma mais didática possível, mostrei o motivo pelo qual ele, sendo um grande player de varejo, ainda não adotou GC.

Ao pontuar as oportunidades no processo inicial, que se tornaram barreiras de adoção ao GC, ele começou a ver sentido na explicação, muito menos por mérito meu e, sim, porque cada objeção que citei, ele já ouviu das áreas internas de interface do processo, e as que ele ainda não tinha ouvido, achou que era absolutamente possível que fossem questionadas diante do processo antigo.

Eu tenho um grande respeito pelas escolas que passei e nosso modelo atual não rompe padrões, nem desconsidera a base teórica que deu origem a este processo tão rico e eficaz, mas praticamos um GC possível, implementável, mensurável e, especialmente, democrático.

Dessa conversa, surgiu minha pergunta: “Que chances o mercado está dando para fomentarmos o Gerenciamento por Categorias?”. Não quero ser mais real que o rei, e meus 15 anos respirando GC entregam que sou da época em que a área era um laboratório isolado nas indústrias por questões de confidencialidade, que pratiquei na integra os famigerados oito passos…, mas que também aprendi a me resignar com projetos que não se tornaram processos, pilotos que nunca evoluíram para o roll out, mesmo sabendo que eu tinha executado à risca todas as etapas.

Eu tenho um grande respeito pelas escolas que passei e nosso modelo atual não rompe padrões, nem desconsidera a base teórica que deu origem a este processo tão rico e eficaz, mas praticamos um GC possível, implementável, mensurável e, especialmente, democrático.

Ou seja, o que buscamos desenvolver, ao longo dos anos, foi uma metodologia que fizesse sentido para a indústria, para o varejo e, principalmente, para o shopper, e que não desconsiderasse duas realidades brasileiras que são as premissas do “go, no go” de GC: a capilaridade do varejo brasileiro e a pressão comercial que nos assola.

Tomei como desafio a pergunta título deste texto e, em doses homeopáticas, vamos compartilhar com vocês pílulas de conhecimento sobre o processo de GC; meu compromisso é compartilhar conhecimento da forma mais séria e transparente possível!

A seguir, os temas que vamos abordar com nossas pílulas de conhecimento:

  • Dos primórdios até hoje em dia: origem, processo evolutivo e o GC nos dias atuais.
  • Relação Varejo e Indústria: relacionamento transformacional é utopia ou pode se tornar realidade?
  • Shopper: esse ilustre desconhecido.
  • Afinal, o que é “experiência de compra”?
  • Os novos passos de GC: agora sabemos onde estamos e para onde vamos!
  • Passo 1. Conhecimento.
  • Passo 2. Planejamento.
  • Passo 3. Implementação e compliance.
  • Passo 4. Roll out.
  • Cases, cases e mais cases!

Espero aguçar sua curiosidade e te engajar a começar e permanecer no processo de GC … a contrapartida serão grandes resultados! Pode confiar!

Um abraço!

Ale Lima

Foto: Shutterstock

Alessandra Lima é filha, esposa e mãe. Concomitante a essas missões, dirige a Mind Shopper há dez anos, uma consultoria que nasceu no Gerenciamento por Categorias e expandiu seu escopo em serviços correlatos e intercambiáveis (assim como a definição de uma categoria de produtos): hoje, além de ser referência em Gerenciamento por Categorias, atua na área de pesquisa de shopper e trade marketing, além de ministrar cursos e palestras pelo Brasil afora, cumprindo com sua proposta de disseminar e fomentar a cultura de shopper entre marcas e varejos.

Estrelas do mês

Edição 302 - 2018-01-01 Estrelas do mês

Essa matéria faz parte da Edição 302 da Revista Guia da Farmácia.