O papel do farmacêutico nas redes sociais

Leandro Medeiros orienta através de suas redes sociais como realizar o uso racional de medicamentos

O farmacêutico, professor e mestre em inovação terapêutica pela Universidade Federal de Pernambuco, Leandro Medeiros, dono do perfil @leandromedeirosprofessor, conversou com exclusividade com o portal Guia da Farmácia, sobre o papel dos farmacêuticos nas redes sociais e as lacunas da formação farmacêutica.

“Minha principal atuação é como professor universitário e, no momento, sou professor da Universidade Católica de Pernambuco, por onde exerço também a função de pesquisador e extensionista. Também faço parte do Grupo de Trabalho de Suplementos Alimentares do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e coordeno uma pós-graduação em fitoterapia, pela Instituição Pratiensino, do Rio de Janeiro. Não me considero um influenciador (se sou, nem era esse o propósito). Aliás, não tenho ideia da percepção das pessoas sobre minha página no Instagram, mas se podemos considerar isso em função do número de seguidores, a história data 2014, quando comecei a utilizar a página com um propósito educativo, escrevendo análises sobre artigos científicos, notícias da área de medicamentos, divulgação dos eventos que participava e com aquela pitada de vida pessoal.”, relembra Medeiros, salientando que além de farmacêuticos, uma grande parte dos seus seguidores são profissionais de outras áreas, como nutricionistas, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos.

A principal mensagem que Medeiros tenta passar através sua comunicação com o público as redes sociais é a promoção do uso racional de medicamentos (URM). “Entendo que esse é o papel social do farmacêutico mais importante, e dentro desse âmbito, minha atuação é mais focada em produtos naturais, como fitoterápicos e suplementos alimentares, pois essa é uma grande necessidade de formação, não apenas para farmacêuticos, mas também para 10 profissões da saúde que estão habilitadas a prescrever tais produtos, até o presente momento. E isso é um mecanismo de busca de justiça e proteção social, porque é o que estamos exercendo efetivamente quando o usuário/paciente ou o Estado gasta a menor quantidade de recursos financeiros possível para prover terapia farmacológica que é efetivamente necessária, benéfica, segura, conveniente e acessível. O que busco fazer é contribuir de alguma forma com a formação de competências para que a seleção dessa terapia esteja alinhada a isso”, destaca o farmacêutico.

Medeiros acredita que não só os farmacêuticos, mas todas as outras profissões da área da saúde serão e já estão sendo impactadas pela quarta Revolução Industrial, e que no cenário Brasileiro, seremos melhor impactados no momento em que tivermos mudanças no modelo de funcionamento das farmácias privadas, em que o foco deixe de ser a venda do produto e passe ser a relação de confiança entre o farmacêutico e a comunidade, dando condições para que isso efetivamente aconteça.

“Antes de tudo, a farmácia é um estabelecimento de saúde, mas isso precisa fazer parte da alma das empresas. Com isso, teremos um farmacêutico com mais tempo disponível para o acolhimento das demandas de saúde.  E ainda nesse sentido, esses profissionais devem desenvolver suas competências para a atuação clínica, especialmente aptos a resolver problemas de saúde mental, pois estamos vivendo desde o começo deste século uma epidemia de transtornos mentais, como ansiedade, estresse e depressão. Temos de estar aptos a sanar os problemas de resolução factível no âmbito da farmácia e dentro do que legalmente compete aos farmacêuticos e, quando não, ter habilidades para convencer o usuário/paciente da necessidade de atendimento por outros profissionais especialistas nessa área. Somado a isso, torço para que nos preparemos para o que aponta o relatório do Fórum Econômico Mundial, que traz 15 habilidades profissionais que todos devem desenvolver, que são as seguintes: pensamento analítico e inovação, aprendizado ativo e estratégias de aprendizado, resolução de problemas complexos, análise e pensamento crítico, criatividade, originalidade e iniciativa; liderança e influência social, uso, monitoramento e controle de tecnologia; programação e design de tecnologia, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade; raciocínio, resolução de problema e ideação; inteligência emocional, solução de problema e experiência do usuário, orientação de serviço, análise e avaliação de sistemas, e persuasão e negociação”, complementa Medeiros.

Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Leandro Medeiros

*Conteúdo exclusivo do Guia da Farmácia. Ao reproduzir, colocar a fonte e o link para o texto original.

Deixe um comentário