Pesquisa com as favelas do G10 mostra índices de vacinação e os impactos da pandemia no consumo de medicamentos

A Covid-19 fez com que metade dos entrevistados passassem a consumir vitaminas para fortalecer o sistema imunológico

Pesquisa inédita realizada pelo Outdoor Social Inteligência, Instituto de Pesquisas especializado na classe C, traz dados sobre a saúde, consumo de remédios nas favelas com maior potencial econômico do país.

Entre os destaques, índices de vacinação, adesão dos postos de atendimento público e o que mudou em relação ao consumo de medicamentos com a chegada da pandemia.

 Vacinação

De acordo com a pesquisa, 59% das pessoas entrevistadas não foram vacinadas.

Entre os que foram, 15,5% possuem as duas doses e 25,5%, apenas a primeira.

No recorte de faixa etária, a pesquisa dá indícios de que a cobertura vacinal dessas comunidades está seguindo o planejamento por idade.

Entre os idosos com 65 anos ou mais, 87,1% dos entrevistados afirmam estarem imunizados com as duas doses. 6,5% estão parcialmente imunizados, com apenas uma dose e, 6,5% alegam que ainda não tomaram a vacina.

 Entre 55 e 64 anos, 22,0% tomaram as duas doses, 70,7% estão parcialmente imunizados e apenas 7,3% não tomaram a vacina.

De 45 a 54 anos, 24,6% estão com as duas vacinas, 40,4% apenas a primeira, e 35,1% nenhuma.

De 35 a 44 anos, 10,4% completaram as doses, 27,8% tomaram só a primeira e, 61,7% não foram vacinados.

 Os índices entre os jovens são baixos, assim como em todo o país.

No entanto, a maioria da população entre 25 e 34 anos, o que corresponde a 79,9%, não tomou a vacina, assim como 84,8% dos entrevistados entre 18 e 24 anos.

 Regiões

Então, em recorte geográfico, as comunidades localizadas na região Sul possuem o maior índice de vacinação, de acordo com os entrevistados.

Na região, 18,4% tomaram as duas doses, 36,7% apenas a primeira e 44,9% não foram imunizados.

No Sudeste, 16,8% tomaram as duas doses, 22,7% apenas a primeira, e, mais da metade, o que corresponde a 60,5%, não teve acesso a vacina.

No Nordeste, 13,4% alegaram, então, que já foram totalmente imunizados, 34,8% tomaram apenas a primeira dose, e 51,8% nenhuma.

No Centro e Norte do país, a cobertura vacinal nas comunidades do G10 está mais lenta, 78,3% dos entrevistados ainda não tomaram a vacina, 10% estão parcialmente imunizados e 11,7% tomaram as duas doses.

País

 Em todo o Brasil, 12,09% da população brasileira receberam a segunda dose da vacina e 33,7% tomaram a primeira dose, de acordo com dados do Consórcio de Veículos de Imprensa (a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde).

 “A população brasileira anseia pela imunização. Nosso povo precisa ter segurança de sair de casa para trabalhar ou estudar, sem o medo de uma contaminação ou possíveis complicações”, explica o presidente do G10 Favelas e morador de uma das principais favelas do país, Paraisópolis, Gilson Rodrigues.

Consumo de remédios nas favelas

A Covid-19 mudou, então, o hábito de compras de medicamentos para 60% dos entrevistados.

E também fez com que metade da população (51%) das comunidades passassem a consumir vitaminas como forma de suplementação para fortalecer o sistema imunológico.

Entre outros destaques, 13,3% passaram a fazer estoque de remédios em casa e 6,1% afirmam ter comprado kit contra a Covid-19 (não comprovados cientificamente).

Apenas 39,4% dos entrevistados afirmam, no entanto, que não mudaram em nada seus hábitos de consumo de medicamentos.

Em recortes regionais, as populações do Centro e Norte foram, portanto, as que mais passaram a investir em vitaminas durante o período. Mais da metade dos entrevistados, 64,1% adquiram este hábito.

No Sudeste, metade dos entrevistados (50,6%), seguido de 38,5% dos consultados na região Sul e 35% da região nordeste.

 Em contrapartida, 57,7% dos sulistas entrevistados afirmam que não mudaram suas rotinas em relação a compra de medicamentos durante a pandemia.

Assim como 38,6% das pessoas do Sudeste, seguido de 26,6%, então, em ambas as regiões: Nordeste e Centro/Norte.

Adesão ao posto de saúde para retirar remédios nas favelas

De acordo com a pesquisa, o posto de saúde público é o mais procurado pelas pessoas que vivem nas comunidades.

Em casos de problemas de saúdes, por exemplo, 70% dos entrevistados afirmam que recorrem ao posto.

Enquanto 8,4% vão ao médico do plano de saúde e 17% buscam o atendimento das farmácias para solucionar o problema.

 No entanto, no recorte geográfico, as pessoas que moram na região Central e Norte do país, são as que mais dependem do atendimento do posto de saúde: 69,6% dos entrevistados.

Na região Sudeste, o índice é de 65%, seguido de 55,3% do Nordeste e 53,4% do Sul.

Em relação as diferenças regionais, outro ponto de destaque é o maior índice de pessoas com plano de saúde no Nordeste: 16,3% dos entrevistados.

Enquanto o Sudeste, apenas 3,1%. Na região Central e Norte, 5,8% e Sul, 10,3%.

A saber, a pesquisa ouviu 435 pessoas em comunidades dos municípios dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém.

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Fonte: Outdoor Social

Foto: Shutterstock

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