O medo do contágio e suas consequências marcaram os últimos três desde o primeiro caso no Brasil, diz especialista
O Dia Mundial da Saúde, celebrado todos os anos no dia 7 de abril, marca o aniversário da fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A data chama a atenção para as prioridades específicas da saúde global por meio da promoção de debates e discussões relacionadas ao tema. No mesmo período da comemoração, o Brasil chegou à marca de 700.556 mil mortes pela Covid-19, provando mais uma vez a importância da conscientização sobre os cuidados com a saúde.
Passados três anos desde o primeiro caso da doença em solo nacional, a Covid-19 atingiu a marca de 37 milhões de casos no país, informou o Ministério da Saúde. Apenas na semana do dia 19 de março, foram registrados 53.986 novos casos e 322 mortes. E para o tema deste ano, a OMS escolheu “Construindo um mundo mais justo e saudável” para o dia, propondo uma reflexão além da saúde, para os fatores que influenciam na qualidade de vida, principalmente, nesse último ano.
Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, a data é uma oportunidade para lembrar a todos que a saúde é um direito humano essencial para o bem-estar e a qualidade de vida de todos. “Ações realizadas nesses dias, como o incentivo a vacinação, o acompanhamento médico regular e a mudança na rotina, ajudam a avaliar o estado atual de saúde, detectando doenças que, muitas vezes, são assintomáticas”, diz.
Com o decorrer da pandemia da Covid-19, destacou-se ainda mais a importância da saúde e da prevenção de doenças. De acordo com um estudo publicado na revista General Hospital Psychiatry sobre os efeitos da infecção por coronavírus na parte neuropsíquica, 51,1% das pessoas relataram perda de memória após contrair a doença e 13,6% desenvolveram TEPT (transtorno de estresse pós-traumático), já 15,5% apresentaram transtorno de ansiedade generalizada e 8% depressão.
O especialista reforça que a mudança radical no estilo de vida, a partir da necessidade do isolamento social, colocou a população em um estado contínuo de terror. “O medo do contágio e das suas consequências, marcaram os últimos três anos. É comum que a população se sinta sobrecarregada psicologicamente, afetando o seu desempenho. Não tivemos tempo de sentir tudo o que passamos ”.
Um levantamento feito pela plataforma de recrutamento e seleção, Empregos.com.br, um quarto das empresas afastaram de um a cinco funcionários por adoecimento mental nos últimos 12 meses. A ansiedade é apontada como o fator que mais impacta a força de trabalho (41%), seguida pelo estresse (31,9%), depressão ou síndrome do pânico (26,7%) e burnout (9,2%).
Hoje, a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) é uma das mais afetadas pela sensação de insegurança no trabalho à medida que as demissões proliferam e os salários não acompanham o ritmo da inflação. Segundo pesquisa realizada pela companhia de seguros e planos de saúde Cigna International Health, com uma base de 12 mil profissionais, dos jovens analisados na pesquisa (de 18 a 22 anos), 91% relatam estar estressados – em comparação com 84% das outras faixas etárias.
Para Alex Araujo, o emocional e as mudanças comportamentais dos jovens trabalhadores devem ser acompanhados com cautela. Em muitos dos casos, colaboradores de 15 a 29 anos, estão terminando o ensino médio ou, em casos mais avançados, a graduação e pós-graduação. Tendo que equilibrar a rotina estudantil em conjunto com o trabalho.
“É uma situação radical, que requer responsabilidade e organização por parte do colaborador. Sem muitas referências e com a alta carga de obrigações, doenças ocupacionais, como o esgotamento mental e a ansiedade, podem vir à tona”, reforça Araujo. É necessário que as companhias se atente à saúde e ao bem-estar dos colaboradores, por meio de ações efetivas, como palestras de prevenção, acompanhamento médico e disponibilização de benefícios, para evitar o aumento no número de afastamentos e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida dos colaboradores”, complementa Araujo.
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