Saúde íntima feminina: o que você pode e não pode fazer?

Especialista explica os cuidados que devem ser tomados para preservar o bem-estar da vagina

A ginecologista Yara Caldato, especialista em Ginecologia Regenerativa, funcional e estética aponta quais práticas rotineiras podem ser prejudiciais e quais são saudáveis para as mulheres. Confira:

Hábitos não recomendados

  •   Uso de absorvente todos os dias: apesar de existir o modelo de uso diário, o absorvente pode cobrir o órgão e impedir a respiração necessária, o que pode causar infecções por conta de secreções e o suor, além de poder gerar a proliferação de bactérias e fungos pela umidade e calor naturais da vagina. Mesmo no caso dos respiráveis (que não possuem a película plástica) pode ser utilizado em casos específicos, mas de qualquer maneira, trocá-lo a cada três ou quatro horas.
  •  Lavar internamente a vagina com objetos: apesar da viralização de um vídeo em que uma pessoa lava as partes íntimas com uma escova de dentes, isso é extremamente perigoso. Os motivos são: a vagina consegue limpar todas as secreções e descamações de forma natural. Quadros de candidíase podem deixar algumas “placas” grudadas internamente, mas não se deve introduzir nenhum tipo de acessório para removê-las. Um creme vaginal prescrito pelo ginecologista pode resolver o problema. Além do mais, vagina é mucosa e, portanto, uma área fina e delicada. Há o perigo de as cerdas da escova — ou de qualquer objeto mais áspero ou cortante — machucarem as paredes internas. Sem contar que usar o mesmo item — e isso vale, inclusive, para sex toys — no ânus e na vagina pode causar contaminação cruzada, já que as bactérias locais são diferentes.
  • Usar perfumes e cosméticos sensuais internos: a secreção vaginal normal tem um odor leve e quase imperceptível. Ao final do dia, com o suor, é comum que o cheiro fique mais intenso, mas isso é natural. Usar perfumes para “mascarar” a fragrância original feminina é um passo e tanto rumo a um pH desequilibrado, resultando em irritações e corrimentos. Na vulva (parte externa), eventualmente pode-se aplicar talcos, desodorante ou perfumes. Na parte rosada, a vagina, não se deve usar nada. Os ginecologistas também recomendam evitar pílulas com glitter, fabricadas com o intuito de espalhar purpurina durante a penetração, e as chamadas Hot Balls, bolinhas gelatinosas à venda em sex shops que derretem dentro da vagina e prometem causar diversas sensações, como calor, frio e “choquinhos”. Esses produtos podem alterar toda a flora local, ocasionando alergias e infecções.

 

Hábitos que podem ser feitos

  • Usar lubrificantes: prefira usar produtos à base d’água, pois não alteram o pH vaginal e ajudam em casos de pós—parto, amamentação, menopausa e doenças que alteram os hormônios.
  • Permitir a respiração vaginal: dormir ou ficar sem calcinha ajuda bastante, além de escolher por usar roupas mais leves e soltas, ao contrário das mais justas. Usar calcinhas de algodão pois o tecido natural permite a melhor ventilação da área.
  • Utilizar sabonetes íntimos: eles contém o nível de pH saudável para a região, porém é importante usar a quantidade adequada e não introduzir o produto na vagina, também não é indicado ser usado em todas as limpezas íntimas durante o dia.
  • Fazer exercícios focalizados: como benefícios, aumentam as chances de um parto normal, recuperam mais facilmente a região no pós-parto, combatem a incontinência urinária, evitam a queda da bexiga, favorecem a consciência corporal e permitem uma sexualidade mais plena e saudável.

 

 Fonte: ginecologista Regenerativa, funcional e estética, Yara Caldato

Foto: Shutterstock

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