Setor da saúde movimentou mais de US$ 1 bilhão em fusões e aquisições no Brasil em 2020

De acordo com o estudo da RGS Partners um dos fatores favoráveis para o setor de saúde é que ainda há muitas empresas familiares inseridas no segmento

No Brasil, o mercado de saúde se prepara para um 2021 promissor em relação às negociações de fusões e aquisições.

No último ano, a despeito da crise decorrente do avanço da Covid-19, o país registrou 60 M&As.

Essas operações movimentaram US$ 1,088 bilhão.

Contudo, em 2019, o setor realizou 73 negociações, que somaram o montante de US$ 1,641 bilhão.

As informações são do levantamento realizado pela RGS Partners, boutique de M&As que atua em todas as fases destes processos.

“O movimento de consolidação do setor teve início em 2015, quando a legislação brasileira possibilitou investimentos de capital estrangeiro na assistência à saúde no país, o que injetou mais capital nas empresas, que saíram às compras”, comenta o sócio da RGS Partners, Renato Stuart.

“Percebemos um processo que ainda está em fase inicial, mas que possui um grande potencial de crescimento. Com o mercado bastante aquecido e muitos players atentos ao setor, 2021 tem tudo para superar o último ano”, diz.

Na última semana, o anúncio da fusão entre a Hapvida e o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI), as duas maiores operadoras de planos de saúde do país, movimentou o setor de saúde.

Com a integração, será criada uma companhia com valor de mercado de R$ 110,5 bilhões.

A operação de união das empresas deve levar, no mínimo, dois anos para a conclusão.

Para este ano, ainda de acordo com Stuart, um dos fatores favoráveis para o setor de saúde é que ainda há muitas empresas familiares inseridas no segmento.

“Em curto prazo, essas companhias devem ser alvo de empresas maiores em busca de escala”, diz. Além disso, a abertura de capital da Rede D’Or, que colocou no caixa R$ 11,4 bilhões e que deve destinar boa parte dos recursos para novas compras, também deve agitar o mercado.

Alguns destaques de 2020

Em dezembro, por exemplo, a Notredame Intermédica comprou o hospital Lifecenter, em Belo Horizonte (MG), por R﹩ 240 milhões.

O Grupo Dasa, dono de laboratórios como o Delboni Auriemo, adquiriu a rede de hospitais Leforte, em São Paulo, em uma operação de R﹩ 1,77 bilhão.

Em planos de Saúde, a Qualicorp ficou com a carteira da Muito Mais Saúde e concluiu, contudo, a aquisição da Plural e da Oxcorp.

Já o laboratório Fleury, por fim, comprou o Centro de Infusões Pacaembu e a Clínica de Olhos Moacir Cunha.

Negociações internacionais

No cenário global, o setor de saúde registrou, em 2020, 3.124 fusões e aquisições.

As negociações movimentaram US﹩ 352,4 bilhões.

Os Estados Unidos e o Canadá, por exemplo, seguem na liderança.

Com 52,5% do número de transações realizadas e 56,6% do volume de recursos transacionados.

“O resultado é menor do que em anos anteriores, mas mostram o vigor do segmento em meio à crise”, comenta Stuart.

Fonte: RGS Partners

Foto: Shutterstock

Deixe um comentário