Vacina da gripe: por que precisamos tomar todos os anos?

É essencial reforçar a dose da vacina da gripe, porque a imunização protege o organismo das mutações do vírus influenza

Apesar de ser considerada uma doença ‘comum’, a gripe causa comprometimento grave em cerca de 3,5 milhões de pessoas anualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O dado chama atenção pelo fato de que as condições mais graves da doença são evitáveis por vacina. Mas, diferentemente da maioria dos imunizantes, ela precisa ser administrada anualmente.

Conforme explica a infectologista Luisa Chebabo, dos laboratórios cariocas Sérgio Franco e Bronstein, da Dasa, a gripe é uma infecção respiratória provocada pelo vírus influenza, que tem grande facilidade de sofrer mutações. Isto é: de tempos em tempos, ele se apresenta com uma nova composição, podendo causar sintomas diferentes em relação aos das gripes anteriores.

Dessa maneira, aumenta o risco de os infectados desenvolverem as versões mais graves da doença, que frequentemente evolui para quadros de pneumonia ou síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Mutações do vírus

Segundo o Ministério da Saúde, existem quatro tipos de vírus influenza: A, B, C e D, sendo que os dois primeiros são os responsáveis por epidemias sazonais.

A alta taxa de mutação dos patógenos requer um monitoramento global e a frequente reformulação da vacina, que é feita com indicações da OMS.

A especialista ressalta que reforçar a dose da vacina ano após ano é essencial, já que é por meio dessa nova imunização que o organismo fica protegido das mais recentes mutações do vírus. Cabe destacar que o outono e o inverno são os períodos em que ele mais circula.

O cuidado de atualizar a vacinação contra a gripe é ainda mais importante entre crianças de até 6 anos, idosos e outros grupos de risco, como mulheres grávidas, puérperas, imunossuprimidos, transplantados e profissionais da saúde.

Ampliação da vacinação

Em resposta ao aumento da circulação do vírus influenza, o Ministério da Saúde anunciou, no início de maio, a ampliação do público-alvo da vacina para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade.

Anteriormente, o imunizante estava restrito a crianças de 6 meses até as menores de 6 anos, além de idosos, gestantes e puérperas.

No município de São Paulo, a imunização para o público geral teve início logo após a orientação divulgada pela Pasta.

Na mesma época, o Boletim “Infogripe”, divulgado pela Fiocruz, alertou para o aumento de internações por SRAG em função dos vírus influenza, do vírus sincicial respiratório (VSR) e do rinovírus.

Considerando os casos positivos de vírus respiratórios, 10,7% das pessoas estavam com covid-19, 23,4% com influenza A ou B, e 57,8% com vírus sincicial respiratório, associado à bronquiolite.

Além de manter a vacinação sempre atualizada, outras formas de prevenir a gripe incluem hábitos do dia a dia, como higienizar as mãos antes e depois das refeições, ao tossir e espirrar e ao chegar em casa.

Além disso, não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres, e fortalecer o sistema imunológico por meio de alimentação saudável e prática de exercícios físicos.

Fonte: Estadão

Foto: Shutterstock

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