Dose 'extra' poderá ser aplicada após dois meses da primeira aplicação para adultos nos EUA
Um comitê consultivo independente da agência reguladora norte-americana (FDA) recomendou, nesta sexta-feira (15), uma dose de reforço para a vacina da Janssen contra a Covid-19.
A saber, o imunizante, desenvolvido pela braço de vacinas da farmacêutica americana Johnson & Johnson, é aplicado em regime de dose única.
A recomendação do grupo de especialistas, é de que a “dose extra” seja aplicada com um mínimo de dois meses após a primeira.
Representantes da farmacêutica defenderam a vacinação a partir dos seis meses da primeira dose, de acordo então, com o acompanhamento da resposta imunológica de pacientes.
A recomendação do comitê independente não é definitiva, e nem obrigatória.
No entanto, a agência reguladora normalmente a segue à risca.
Se a FDA aprovar o reforço da Janssen, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) fará recomendações específicas sobre quem poderá recebê-la.
Reforço no Brasil
O imunizante da Janssen é o único em uso no Brasil que é administrado em apenas uma dose.
Ele tem, portanto, a autorização para uso emergencial, aprovado em março.
No mesmo mês, o Ministério da Saúde (MS) fechou um acordo com a Janssen para a compra de 38 milhões de doses da vacina.
Até o fim desta quinta, 4,68 milhões de pessoas foram vacinadas com o imunizante da Janssen no país e novas entregas estão previstas para acontecer em novembro e dezembro.
Anvisa
Em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu que a farmacêutica informasse os dados de estudos sobre o reforço ou revacinação do seu imunizante.
O objetivo, de acordo com a Anvisa, era de antecipar informações que permitam avaliar o cenário em torno da necessidade ou não de doses adicionais das vacinas em uso no Brasil.
No país, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai começar a testar a aplicação da dose de reforço da Janssen a partir de novembro.
A instituição participou dos testes da vacina com dose única e contou, então, com 470 voluntários.
Agora, os participantes tomarão a nova dose e serão monitorados até o fim de 2022.
‘Reforço aumenta proteção’
Os dados ainda não foram revisados por pares, mas serão submetidos para publicação nos próximos meses.
Segundo a empresa, o reforço administrado dois meses após a primeira dose aumentou, portanto, os níveis de anticorpos de quatro a seis vezes.
Quando administrado seis meses após a primeira dose, os níveis de anticorpos aumentaram doze vezes.
Sugerindo, portanto, uma grande melhora na proteção com o intervalo mais longo entre as doses.
Fonte: G1
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