Como a farmácia independente pode concorrer com as grandes redes

O farmacêutico, empreendedor, empresário e influenciador, Tiago Bocalon, dá dicas para se destacar no setor e se diferenciar das outras lojas

Não é novidade que estamos vivendo em um mundo cada vez mais digitalizado, com pessoas se comunicando de lugares cada vez mais distantes e com cada vez mais qualidade na comunicação. Isso impacta diretamente a realidade das farmácias e também muda as estratégias que cada farmácia e farmacêutico devem assumir, sendo uma grande oportunidade de destaque para as lojas pequenas e independentes.

Para saber mais sobre isso, o portal Guia da Farmácia, conversou com exclusividade com o farmacêutico, empreendedor, empresário e influenciador, Tiago Bocalon, pai do João Davi e do Caio Augusto, esposo da Tábata, e dono do perfil com mais de 35 mil seguidores, @tiagosbocalon. 

Com 19 anos dedicados ao varejo e ao ensino farmacêutico, Bocalon se formou em farmácia em 2003, tem pós graduação em atenção farmacêutica, mestrado em gestão ambiental aplicada à saúde, e atualmente atua como mentor e consultor na área de farmácia, com ênfase em Implantação de consultórios farmacêuticos e telefarmácia; é fundador e CEO do Instituto Evolua Farma, empresa de treinamentos e cursos para farmacêuticos e proprietários de farmácias, é co-fundador e sócio da Evox Tecnologia, software de gestão e prontuários eletrônicos para consultórios farmacêuticos; e co-fundador e sócio da GoFarma, agência especializada em marketing e gestão de redes sociais para farmácias e drogarias.

“Em meados de 2017 eu comecei a estudar um pouco sobre marketing digital para fazer posts e atrair mais clientes para minha farmácia, com o intuito de divulgar meu consultório farmacêutico. Como fui um dos pioneiros nesse nicho acabou surgindo o interesse de outros colegas farmacêuticos em saber como eu havia implantado meu consultório com sucesso. Em 2019 comecei a ensinar minha metodologia a outros colegas farmacêuticos, de forma 100% on-line, a implantarem seus consultórios farmacêuticos. Com o sucesso dos consultórios desses alunos, outros colegas foram se interessando pelo meu método cada vez mais, e de lá pra cá não paramos mais de crescer”, conta o farmacêutico.

A principal mensagem que Bocalon tenta passar através de suas redes sociais é que farmácias são estabelecimentos de saúde e farmacêuticos são profissionais de saúde. “Farmácias pequenas e médias não devem, e nem podem entrar na briga de preços. Sempre falo que se entrarem nessa briga estarão entrando em uma guerra com as armas erradas. Farmacêuticos devem se posicionar como profissionais de saúde, afinal de contas são anos de estudo e muito conhecimento adquirido para se contentar em ser apenas entregador de caixinhas. Sempre mostro que as farmácias pequenas e médias precisam entrar no jogo dos consultórios farmacêuticos, para fidelizar pacientes se tornarem verdadeiros estabelecimentos de saúde, tendo o farmacêutico atuando como profissional de saúde dentro dos consultórios, e fazendo disso um dos alicerces dessas farmácias”, alerta o especialista, que acredita que em um futuro de ainda mais crescimento do setor, visto que a população brasileira está ficando com a expectativa de vida cada vez maior, muito em função dos medicamentos que prolongam, cada vez mais, essa expectativa de vida das pessoas. 

“A tecnologia tem invadido todos os mercados e com as farmácias não é diferente. Hoje, já temos no Brasil farmácias totalmente automatizadas desde a entrada do medicamento até o momento da entrega para o paciente, todo o processo operacional feito por um robô. As compras já são cada vez mais automatizadas, baseadas em números que a tecnologia dos sistemas de gestão nos dá. Penso que os proprietários de farmácias devem aproveitar a tecnologia para os processos operacionais, torná-los cada vez mais rápidos e assertivos e concentrar-se no campo estratégico das suas farmácias, pensando cada vez mais em como atrair e, principalmente, fidelizar mais pacientes, e não conheço nada melhor para fidelizar pacientes do que um consultório farmacêutico. Quanto à profissão, para os farmacêuticos que desempenham apenas funções operacionais, como apenas entregar caixinhas, o futuro é desafiador! A previsão dos estudiosos do setor é que as profissões que tem caráter operacional serão extintas e substituídas por máquinas no futuro. Portanto, o farmacêutico que não entender de pessoas, raciocínio clínico e solução de problemas de saúde, dificilmente terá vez na farmácia moderna. Já aqueles que se desenvolverem na área clínica terão cada vez mais destaque, como já vem acontecendo nos últimos anos”, alerta Bocalon.

O influenciador também alerta para a oportunidade de crescimento que a telefarmácia oferece às farmácias e farmacêuticos independentes. “Vejo a telefarmácia como uma grande oportunidade de crescimento profissional para aqueles farmacêuticos que tem perfil empreendedor, mas talvez não tenham condições de investir em um negócio tradicional como uma farmácia no momento, ou mesmo não queiram investir em uma farmácia e prefiram ter mais liberdade para trabalhar. Para farmácias, vejo aí um importante elo para trazer à tona o conceito de telessaúde, tendo outros profissionais como parceiros, dando agilidade no atendimento, comodidade ao paciente e tendo oportunidade de aumento do tíquete médio e da lucratividade”, conclui Bocalon.

Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Tiago Bocalon

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