Grupo Ultra põe à venda rede de farmácias Extrafarma

Grupo Ultra contratou o Bradesco BBI para encontrar comprador para a Extrafarma. A Companhia também está vendendo a Oxiteno

O Grupo Ultra, conhecido pelo brasileiro pela sua rede de postos de combustível Ipiranga, colocou à venda a rede de farmácias Extrafarma – que hoje tem cerca de 400 lojas e fatura R$ 1,5 bilhão.

O objetivo é repaginar seu modelo de negócio em 2021 – e, por isso, está colocando grandes negócios fora de seu principal setor, o de óleo e gás, à venda, como a Oxiteno, também.

A aposta é que uma grande rede de farmácias fique com o ativo.

A compra da Extrafarma, há sete anos, por R$ 1 bilhão, fazia parte dos planos do Ultra de tornar a rede Ipiranga uma espécie de “hub” de varejo, indo, assim, além dos combustíveis.

Grupo Ultra põe Ultrafarma a venda

A companhia fez uma expansão da Extrafarma em vários de seus postos de combustível.

Mas, a empresa não atingiu o porte necessário para concorrer com gigantes como a Raia Drogasil (RD) e a DPSP (união das drogarias Pacheco e São Paulo).

Por isso, ela passou de força consolidadora a candidata a ser adquirida por negócios maiores.

Entre as grandes varejistas, como Pão de Açúcar, Carrefour e Big (ex-Walmart), a aposta nas drogarias próprias também veio perdendo espaço.

Apesar de ser considerado um negócio rentável, experiências anteriores também provaram que nem sempre se trata de um setor fácil.

O BTG, por exemplo, teve um de seus maiores prejuízos ao formar a BR Pharma, que consolidou várias redes (entre elas a Farmais e a Big Ben – esta última, assim como a Extrafarma, do Pará), mas acabou acarretando um prejuízo bilionário para o banco, até ser vendida por um preço simbólico.

O mandato de venda da Extrafarma está na mão do Bradesco BBI, enquanto o desinvestimento na Oxiteno ficou a cargo do Bank of America.

O Grupo Ultra disse que não tem nada a acrescentar além do que divulgou no último dia 14: “avalia continuamente seu portfólio de negócios” e vem direcionando investimentos, de forma prioritária, para fortalecer seu posicionamento na cadeia de óleo e gás no Brasil.

Por isso, a empresa afirma que “estão sendo consideradas alternativas estratégicas que assegurem a continuidade da expansão da Oxiteno”.

Foco no negócio principal

O Grupo Ultra pretende seguir, dessa maneira, nos negócios onde encontra sinergia, relacionados ao mercado de óleo e gás, incluindo nesse bloco os postos Ipiranga, a Ultragaz e a Ultracargo.

Enquanto desinveste de um lado, o conglomerado prepara com a outra mão o investimento em refino.

Tem apetite, por exemplo, na briga pelas refinarias no Sul do País que foram colocadas à venda pela Petrobrás.

Todavia, a companhia já tinha dado toda a indicação do caminho que seguiria para o seu negócio.

Em especial quando colocou na mesa seu plano de investimento para o próximo ano.

Nele, do total de R$ 1,891 bilhão de investimentos programados para o ano.

Assim, cerca de 80% serão, então, destinados aos segmentos ligados ao segmento de óleo e gás.

Na disputa pelas refinarias da Petrobrás, contratou o Morgan Stanley para conduzir o processo.

E com isso, já entregou sua oferta vinculante para a compra das unidades Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.

Dentre eles, o ativo de grande desejo é a Repar, próxima a São Paulo, o maior mercado de combustíveis do País. A Cosan, que opera os postos de marca Shell, também está na disputa.

O Citi é o assessor da Petrobrás nesse desinvestimento.

Fonte: Terra

Foto: Shutterstock

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