Máscaras e isolamento continuam essenciais, dizem especialistas

Mesmo com o início da vacinação especialistas frisam que as medidas de contenção da pandemia devem continuar sendo praticadas até o fim deste ano

O uso de máscaras e o isolamento social são medidas que devem continuar fazendo parte das nossas vidas mesmo com o início da vacinação no Brasil e em outros países.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já indicou que a imunização de rebanho pela vacinação não deverá ser atingida em 2021. A declaração foi feita este mês pela dra. Soumya Swaminathan, da OMS.

A dra da OMS, Soumya Swaminathan, elogiou o esforço dos cientistas na produção de não apenas uma, mas várias vacinas contra a Covid-19, algo que, na sua opinião, era impensado há um ano.

Ela acrescentou ainda que as medidas de contenção da pandemia devem continuar sendo praticadas até o fim deste ano, “pelo menos”.

Esse raciocínio é acompanhado por especialistas aqui no Brasil.

De acordo com eles, a população não pode relaxar porque a vacinação começou.

“Quando observamos nossa realidade no Brasil e as dificuldades que estamos tendo, a gente realmente passa a pensar que isso [o fim da pandemia]vai ser talvez em 2022 e olhe lá”, disse a médica infectologista e professora de medicina Joana D’arc Gonçalves.

Ela lembra que as vacinas apresentam particularidades que, de uma forma ou de outra, são entraves para sua distribuição.

Seja uma necessidade de armazenamento em temperaturas muito baixas, seja a dificuldade de produção de insumos aqui no país.

A médica recomenda que a população não veja a chegada da vacina como algo muito próximo e mantenha os cuidados tomados em 2020.

Vacinados e com máscara

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, a imunização de rebanho só deverá ser alcançada se o mínimo de 60% da população estiver vacinada.

Cunha destaca que, mesmo que o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) seja sólido e consigamos vacinar parte da população brasileira até o fim do ano, o vírus ainda estará em circulação.

E também faz um alerta: mesmo os vacinados devem continuar adotando isolamento social, álcool em gel e máscara.

Além disso, existe ainda o componente social dessa medida.

Se todas as pessoas vacinadas pararem de usar máscara, isso pode, na visão de Cunha, desmobilizar a população como um todo para o uso dessa barreira contra a Covid-19. Veremos, assim, mais pessoas sem máscara, estimuladas pelos vacinados. “E como as pessoas vão saber se aquela pessoa já foi vacinada?”, questiona.

Além disso, mesmo que parte da população do país se vacine ainda este ano, existirão “bolsões de vulneráveis”.

São comunidades, bairros ou grupos de pessoas com poucos ou nenhum vacinado, onde haverá circulação do vírus. Esse conceito pode ser reproduzido em escala mundial.

A saber, Cunha reiterou também a importância dessas medidas “não farmacológicas”, como uso de máscara, distanciamento social e higienização constante das mãos.

Medidas simples, mas eficientes, no combate ao novo coronavírus.

“Portanto, são as únicas medidas que temos até agora que demonstram que diminuem a doença, a hospitalização e a morte”.

Imunização de rebanho

Especialistas estimam que para tirar um vírus de circulação, todavia, é necessário ter em torno de 60% a 70% de pessoas vacinadas.

“Quanto maior a eficácia, pode-se até ter um número de imunizados menor que 70%”.

Por meio da vacinação em massa, o Brasil já conseguiu imunizar sua população contra uma série de doenças perigosas, diz a infectologista Joana D’arc.

Varíola, sarampo, rubéola, caxumba e meningite são alguns dos casos.

A poliomielite, por exemplo, que ainda tem surtos em vários países, foi controlada no Brasil.

No passado, inúmeras crianças morreram de catapora, hoje controlada.

“Teve país que erradicou o câncer de colo de útero só por meio da vacina contra o HPV”, destacou.

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Fonte: Agência Brasil

Foto: Shutterstock

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