Menopausa: o que é e como afeta a saúde sexual e reprodutiva da mulher

Entender o que está acontecendo com o corpo durante a menopausa é importante para a saúde da mulher. A ginecologista, Dra. Ana Carolina Pereira, ajuda a entender

Conforme envelhecemos, nosso organismo passa por uma série de mudanças que afetam o corpo e a menopausa é delas que requer atenção, pois alterações a saúde da mulher

A menopausa, caracterizada pela suspensão definitiva da menstruação.

“A condição é diagnosticada após um ano do último evento de sangramento menstrual da mulher, podendo ser subdividida em períodos a partir desta fase. Durante a menopausa, algumas mulheres são assintomáticas e não se queixam de nenhuma intercorrência. Porém, a grande maioria pode apresentar sintomas físicos, comportamentais, emocionais e psicológicos causados pela queda hormonal”, explica a  ginecologista e membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira.

Como identificar a menopausa?

A mulher pode saber se entrou na menopausa ao notar sintomas como ganho de peso, principalmente na região abdominal, insônia, ondas de calor, sudorese noturna e alteração do humor com instabilidade emocional.

Geralmente ocorrendo após os 50 anos, mas podendo acontecer antes em casos de falência ovariana prematura, ou seja, quando a mulher deixa de ovular precocemente, a menopausa gera uma série de modificações no organismo da mulher, que acontecem principalmente devido à queda na produção de estrogênio, incluindo perda de massa óssea e massa magra, cansaço, diminuição do colágeno e ressecamento da pele e cabelos, com consequente acentuação dos sinais de envelhecimento. Além disso, o emocional da mulher tende a ficar extremamente abalado, visto que deixa de apresentar a mesma aparência e feminilidade que tinha anteriormente”, destaca a médica.

A menopausa faz a queda de hormônio cair, é mais um fator que mexe com a saúde da mulher. A queda de estrogênio na menopausa afeta principalmente a região íntima da mulher e, consequentemente, sua vida sexual.

“A diminuição dos hormônios femininos leva à atrofia vaginal e redução da libido e da lubrificação do genital, fatores que afetam diretamente o bem-estar da mulher, visto que, na região íntima, uma mucosa atrofiada e sem lubrificação pode causar dor e desconforto durante a relação sexual, sangramento, ardência, corrimentos e até mesmo infecções urinárias de repetição”, explica a ginecologista.

De acordo com a especialista, com a diminuição hormonal e desconhecimento de sua nova identidade física devido à menopausa, a mulher também pode perceber o envelhecimento de uma forma mais conturbada, transferindo essa insatisfação para seu relacionamento sexual.

A falência ovariana também faz com que a mulher se torne incapaz de engravidar, salvo em casos em que se tenha realizado ovodoação prévia ou congelamento dos óvulos.”

A influência da genética

A má notícia é que não existem métodos para se prevenir ou retardar a menopausa, visto que é definida geneticamente. Porém, esse processo de alterações hormonais tem fim, o que ocorre por volta 65 anos. Isso é quando a mulher entra no período senil e os sintomas e desconfortos consequentes da baixa hormonal se encerram.

Além disso, para as mulheres que sofrem demais com a queda hormonal é possível reduzir os sintomas da menopausa através da reposição de estrogênio em baixas doses por administração local (vaginal) ou sistêmica (oral e transdérmica).

“A reposição hormonal restabelece a função orgânica, melhorando a sintomatologia da menopausa e, consequentemente, a adaptação da mulher a essa nova fase de sua vida”, ressalta a Dra. Ana.

“Porém, o tratamento com hormônios é contraindicado para pacientes oncológicas ou com histórico de câncer, com patologias que não permitem associação hormonal ou que sofrem de alterações mamográficas e bioquímicas. O medo e o desejo da paciente também possuem grande influência na hora do médico prescrever a reposição hormonal.”

Terapias não hormonais

Os sintomas da menopausa também podem ser mascarados com terapia cognitiva comportamental e hipnoterapia, métodos alternativos ao tratamento hormonal que têm se mostrado muito promissores.

“Por fim, é importante ressaltar que a menopausa é um processo natural do envelhecimento que ocorrerá em todas as mulheres em algum momento da vida. Por isso, ao notar os sintomas da queda hormonal, o mais importante é que você visite um médico ginecologista. Ele poderá dar orientações para que você passe por essa nova fase de sua vida da forma mais tranquila possível”, finaliza a Dra. Ana Carolina.

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Fonte: Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira.

Foto: Shutterstock

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