SP bate recorde e registra 1.021 novas mortes por Covid-19 em um dia

Máxima anterior era de 679 mortes confirmadas em 24h no estado, registrada no dia 16 de março. Média móvel de mortes diárias também bateu recorde e chegou a 532

O estado de SP registrou novas mortes em um dia. Ou seja,  registrou 1.021 novas mortes provocadas pela Covid-19 nesta terça-feira (23), o recorde em 24 horas desde o início da pandemia. O número equivale a três mortes a cada quatro minutos.

O estado agora totaliza 68.623 óbitos causados pelo coronavírus. Os dados foram publicados no site da Secretaria da Saúde nesta manhã.

O recorde anterior, registrado na semana passada, era de 679 mortes em um dia, e representava um óbito a cada 2 minutos nas últimas 24h.

Os novos registros não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro.

Mas que foram computadas no sistema neste período.

As notificações costumam ser menores em finais de semana, feriados e segundas-feiras, por conta do atraso na contabilização.

No entanto, a média móvel de mortes diárias, que considera o registro dos últimos sete dias, também bateu recorde nesta terça e chegou a 532.

O valor é 70% maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica forte tendência de alta na epidemia.

Durante o primeiro pico da doença, em 2020, os maiores valores de média móvel de mortes não passavam de 280 por dia. A média móvel de mortes já está em tendência de alta há 22 dias seguidos no estado.

No entanto, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que a taxa de isolamento social ainda segue muito baixa e cobrou adesão da população.

“Diminuir a circulação de pessoas é também diminuir com ela a circulação do vírus. (…) Estamos sempre clamando por ajuda, mas ainda vemos as pessoas nas ruas”, disse.

Internados

O número de pacientes internados com Covid-19 subiu 113% no estado de São Paulo em apenas um mês..

Na última segunda-feira (22), 29.039 pessoas ocupavam leitos destinados à doença.

Já no dia 22 de fevereiro, eram 13.606. Os índices desta terça (23) ainda não foram divulgados pela gestão estadual.

Do total pacientes internados atualmente, 16.871 estão em enfermaria e 12.168 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

O número de pessoas em UTI em São Paulo é mais de três vezes maior do que em toda a Argentina, por exemplo, que possui uma população semelhante ao estado com aproximadamente 44 milhões de habitantes.

Leitos

As taxas de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do estado de São Paulo também já superaram os índices registrados no pico de 2020 da pandemia.

Nesta última segunda-feira (22), a ocupação média chegou então,  a 91,9% no estado de São Paulo, contra 77,2% no momento mais grave da pandemia no ano passado, no final de maio.

O índice foi a 91,6% na Região Metropolitana da capital.

Na Grande São Paulo, a taxa se aproxima do recorde registrado em maio de 2020, quando, então, a ocupação chegou a 92,2%.

A saber, no dia 10 de março, o governo de São Paulo já havia, portanto, alertado para a dificuldade de atender a população, uma vez que o ritmo de novas internações é maior do que o de altas.

Mortes à espera de leitos

Mais de 135 pessoas com Covid-19 ou suspeita da doença não resistiram à espera por um leito de UTI e morreram até esta segunda-feira (22) no estado de São Paulo. 

As cidades com maior registro de mortes na fila estão na Grande São Paulo, Taboão da Serra e Franco da Rocha, com 15 cada uma.

Os pacientes estavam, então, cadastrados no sistema de regulação de transferências do estado.

Mas não resistiram até chegar a vaga, de acordo com a Secretaria da Saúde.

Fase emergencial

Desde o dia 15 de março o estado de São Paulo está na fase emergencial, a mais restritiva do plano de flexibilização econômica.

A medida foi, então, tomada para tentar conter o avanço do coronavírus no estado.

Entretanto, prefeitos de diversos municípios chegaram a cobrar, portanto, medidas mais rígidas de isolamento social, como um lockdown.

Apesar do pleito, a gestão de João Doria defende que as regras mais duras sejam determinadas pelas próprias administrações locais.

No entanto, tem descartado, então, implementar a medida em todo o estado.

Fonte: G1

Foto: Shutterstock

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