Vacinas contra a Covid-19: veja o cronograma do MS e as divergências sobre doses previstas

Último documento prevê a entrega de 30 milhões de doses em março

O cronograma das vacinas contra o coronavírus compradas pelo Ministério da Saúde (MS) está sendo polêmico.

O Brasil deve ter, para o mês de março, a entrega de entre 25 e 30 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, valor abaixo do divulgado em fevereiro pelo MS, de 46 milhões.

Além das reduções sucessivas no total de doses em anúncios recentes, na última segunda-feira (8) também houve divergência entre o valor informado pelo ministro Eduardo Pazuello e o Ministério das Comunicações.

Durante compromisso no Rio de Janeiro, o ministro afirmou, assim, que as entregas do mês podem ficar em 25 milhões, portanto, número menor do que o que consta em nota divulgado pela pasta das Comunicações.

Então, dentro do cronograma do MS, no total de 30 milhões, o governo somou as doses das vacinas CoronaVac, Oxford e a primeira parte do contrato firmado com a Aliança Covax.

Contudo, a diferença entre as previsões coincide com o total de doses da Aliança Covax, que enfrenta dificuldades na entrega das doses.

Mas, até o momento, de acordo com a pasta, já foram entregues a estados e municípios quase 18 milhões de doses (17.871.416). Os dados estão disponíveis no LocalizaSUS.

Veja as últimas mudanças para março:

  • Começo de fevereiro: 46 milhões de doses
  • 28 de fevereiro: 39,1 milhões de doses
  • 03 de março: 38 milhões de doses
  • 06 de março: 30 milhões de doses

 

Acordos fechados

O MS já tem acordos fechados com a Fiocruz/Oxford, Butantan/CoronaVac e Aliança Covax. Mas a vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech, não tem data definida de distribuição.

As 20 milhões de doses contratadas serão entregues ainda no primeiro semestre. Entretanto, o imunizante ainda não foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Março

  • Oxford: 3,8 milhões
  • CoronaVac: 23,3 milhões
  • Covax: 2,9 milhões
  • Total: 30 milhões

 

Abril

  • Oxford: 32 milhões
  • CoronaVac: 15,7 milhões
  • Total: 47,7 milhões

Maio

  • Oxford: 27 milhões
  • CoronaVac: 6 milhões
  • Covax até maio: 6,1 milhões
  • Total: 39,1 milhões

 

Junho

  • Oxford: 27 milhões
  • CoronaVac: 6 milhões
  • Total: 33 milhões

 

Julho

  • Oxford: 18,6 milhões
  • CoronaVac: 13,5 milhões
  • Total: 32,1 milhões

Doses em negociação no cronograma do MS

O MS também segue em negociação, então, com as fabricantes da Sputnik V, da Pfizer/BioNTech, da Johnson/Janssen e da Moderna.

Sputnik V

A negociação está “em processo das tratativas finais” para a compra da vacina. O contrato das 10 milhões de doses, então, é de R$ 639,6 milhões.

  • Abril: 400 mil
  • Maio: 2 milhões
  • Junho: 7,6 milhões
  • TOTAL: 10 milhões

Pfizer/BioNTech

O governo anunciou nesta segunda-feira (8) que 14 milhões de doses da vacina da farmacêutica contra a Covid-19 devem chegar ao país em maio e junho. A da Pfizer é a única vacina que, até o momento, possui o registro definitivo da Anvisa. A expectativa para 2020, segundo o Ministério da Saúde, é de adquirir 100 milhões de doses.

Jonhson&Jonhson

O governo negocia 38 milhões de doses da vacina da Johnson. Mas ela ainda não teve seu uso liberado no Brasil, mas tem uma vantagem sobre as outras: é uma vacina de dose única.

A proposta da Janssen seria, então, de fornecimento de doses no segundo semestre: 16,9 milhões até setembro e mais 21,1 milhões até dezembro. Contudo, um dos pontos da negociação é a instalação de um parque de produção do laboratório no Brasil.

Moderna

O MS informou no dia 5 de março que espera fechar a compra de 13 milhões de doses da vacina contra Covid-19 produzida pelo laboratório Moderna para 2021.

Assim, a expectativa é que o acerto seja firmado nesta semana, já que a compra está “praticamente na fase final de negociações”.

Contudo, se firmado o contrato, as doses deverão ser entregues até o final do ano, com previsão de chegada do primeiro lote com 1 milhão de vacinas em julho. A saber, o imunizante também não foi autorizado pela Anvisa.

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Fonte: G1

Foto: Shutterstock

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