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Como aumentar as vendas de desodorante na farmácia

Presente na cesta de compras de higiene pessoal, os desodorantes merecem atenção especial no ponto de venda, pois fazem parte de uma categoria de compras recorrentes e que demanda mix adequado ao perfil da loja

Os desodorantes fazem parte de uma rotina diária de cuidados com a higiene pessoal e são presença garantida na cesta de compras do shopper. Muito além do perfume, esses produtos representam proteção e segurança aos consumidores em relação aos odores da transpiração e estão cada vez mais modernos e eficientes.

Entre diferentes marcas, fragrâncias, benefícios e aplicadores, o produto representa entre 1,5% a 3% do faturamento de uma farmácia, sendo que os valores variam de acordo com região, tamanho de loja e localização, conforme afirma o consultor de varejo da AGR Consultores, Roberto Vautier. De acordo com ele, este item  faz parte de um grupo de produtos que apresentam compras recorrentes no canal e logo não podem faltar no sortimento de qualquer farmácia. “Em pesquisa realizada pela AGR Consultores com farmacêuticos da cidade de São Paulo, entre os shoppers de desodorantes, a frequência de compra é, em média, de duas vezes ao mês e em mais de 80% dos casos a cesta é composta por outros produtos, o que reforça a importância de ter um sortimento adequado ao público da farmácia”, diz Vautier.

Pesquisa realizada pela Nielsen (ano móvel 21 X ano móvel 20, ou seja, julho 2020 a junho 2021 versus junho 2020 a julho 2019) apontou que a categoria cresceu em vendas volume, 1,8% e em vendas valor, 3,5%. Já entre os aplicadores, o aerossol é, disparado, a preferência nacional, com 74% de importância; seguido por roll-on, com 18%; e a versão em spray, com 5%. “No Brasil, estudos e institutos de pesquisa apontam que os desodorantes são itens presentes em mais de 90% dos lares e que representam cerca de 6,1% das vendas da totalidade de itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no País, contra 4,3% globalmente. Isso coloca o Brasil como segundo maior consumidor de desodorantes do mundo”, comenta o Segment Leader de Consumer Goods da KPMG no Brasil e Sócio-diretor de Clientes & Mercados na região Sul, Aldo Macri.

Compra consciente

De acordo com Macri, estudos econômicos apontam que a sustentabilidade é uma das três maiores preocupações para 32% dos brasileiros no momento da compra. “Essa tendência impacta a indústria e requer áreas de Pesquisa e Desenvolvimento de produtos mais robustas, com a utilização de insumos sustentáveis e cruelty free (sem testagem em animais), sem impactar de forma significativa o preço final ao consumidor. Essa perspectiva deve ser mantida em 2022 e as marcas precisam alinhar seus propósitos aos do consumidor na busca por produtos menos agressivos aos humanos e ao meio ambiente”, diz.

Uma pesquisa da KPMG indica, ainda, que os fatores de ESG, que correspondem às preocupações com Governança Ambiental, Social e Corporativa, também se tornaram relativamente importantes para as decisões de compra, mas não no mesmo nível que os cuidados relacionados ao custo-benefício. “Portanto, o preço ainda é a principal preocupação do consumidor, sobretudo em um contexto de retração econômica e baixo poder de compra. Para estimular a compra, o canal farma deve buscar métodos de precificação múltipla, em que utiliza preços mais competitivos para atrair mais clientes e elevar as vendas. Assim, a loja agrega dois ou mais produtos à venda com preço único, o que gera no consumidor a percepção de que está levando mais e pagando menos”, aconselha Macri.

No Brasil, dados da consultoria Lafis apontam que os desodorantes são itens presentes em mais de 90% dos lares e que representam cerca de 6,1% das vendas da totalidade de itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPCs) no País, contra 4,3% globalmente. “Isso coloca o Brasil como segundo maior consumidor de desodorantes do mundo, embora 2022 tenha sido afetado por novas ondas da pandemia e pelo cenário de manutenção da escassez e aumento dos preços de insumos. Em uma visão mais a médio prazo, de acordo com a Euromonitor International, evidenciando a alta penetração da categoria e a consequente estabilidade, que deverá se estender nos próximos cinco anos, o mercado brasileiro pode atingir R$ 11,756 bilhões em 2025”, conta Macri.

Oportunidades para o canal farma

Apesar de representativas, as farmácias não constituem o canal mais participativo em relação ao item desodorante (6%), perdendo para supermercados (39%), varejo tradicional (21%), atacadista (13%) e porta a porta (9%), de acordo com a Lafis.

Contudo, são os lugares mais indicados para o consumidor que busca lançamentos e variedade de produtos, tamanhos e fragrâncias. “Além disso, o espaço possibilita uma compra mais direcionada e com o auxílio de funcionários treinados para tal função”, comenta Macri, sugerindo o uso de dados para conhecer o padrão de consumo dos clientes, respeitando, é claro, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “O canal farma, diferentemente de um atacarejo ou supermercado, permite maior proximidade entre vendedor e consumidor, além de apresentar um menor volume de itens que são mais relacionados entre si. Isso possibilita melhores condições para composição de kits, realização de promoções e ações direcionadas para o item desodorante, uma vez que identificamos que, o preço final na gôndola, nesse momento de inflação, pesa na escolha”, analisa.

Além do físico ser essencial para o consumidor ter contato com os produtos, itens de HPCs crescem no ambiente digital. Nesse contexto, os desodorantes também devem ser trabalhados nos canais digitais.

“Institutos de pesquisas identificaram ainda que a maioria dos consumidores buscam comprar itens de higiene pessoal em lojas físicas (supermercados – 53%, farmácias – 37% e lojas especializadas – 26%) e em lojas on-line (farmácias – 20% e supermercados – 19%)”, conta Macri.

De olho na sazonalidade

Para a palestrante, consultora de empresas e especialista em varejo, Silvia Osso, os desodorantes, tanto masculinos como femininos, sempre representam uma lucratividade interessante para as farmácias, já que os clientes aproveitam a oportunidade de outras compras nesse ponto de venda.  “Institutos de pesquisas afirmam que os clientes preferem comprar mais em farmácias do que em outros estabelecimentos; isto porque o canal tem mais novidades (lançamentos, tamanhos diversos ou ocasiões de uso) e atendem mais às necessidades pessoais. Cerca de 70% compram desodorante para seu próprio uso. Na farmácia, os clientes são mais fiéis às marcas consolidadas”, afirma.

Ela destaca que com o verão as vendas devem crescer ainda mais, pois a temperatura aumenta e as pessoas também se movimentam mais ao ar livre, estimulando a transpiração.

Portanto, para não perder vendas no período, Vautier destaca que é preciso estar atento as novidades do mercado, para ter sempre os últimos lançamentos da indústria.  Nas farmácias, é igualmente importante apresentar as variedades do produto em tamanho, tipos de aplicação, fragrâncias e os atributos funcionais e tecnologias exclusivas. “Uma subcategoria que não pode faltar e que tem crescido rapidamente são os produtos ligados a causas sociais e ecológicas, como os produtos veganos, orgânicos ou que não realizam testes em animais. Quanto mais amplo o portfólio, maiores serão as chances de gerar venda”, afirma Vautier.

5 passos para organizar as gôndolas de desodorantes nas farmácias

  • Alocar os produtos em cada categoria (Homem e Cuidados Pessoais-femininos), por tipo de público, feminino, masculino, unissex e adolescente.
  • Oferecer opções de antitranspirantes/desodorantes com fragrâncias variadas, que vão desde as mais cítricas, amadeiradas e doces, sem deixar de lado as opções sem perfume.
  • Destacar os antitranspirantes/desodorantes para pele sensível, com vermelhidão, alergia, entre outros tipos de cuidados.
  • Apresentar, de forma clara e evidente, os produtos veganos, pois constituem um grupo de consumidores que cresce diariamente.
  • Por fim, oferecer opções de volumetria, como, por exemplo, as versões ideais para uso em família ou até mesmo de longo prazo para uma única pessoa.

Cross merchandising: veja como aplicar

O cross merchandising é uma excelente ferramenta de venda incremental, desde que seja bem desenhada. “Fazendo uma rápida análise do shopper de desodorante, pode-se imaginar uma persona que se preocupa com sua aparência e que gosta de produtos de beleza. Sendo um público masculino, é possível buscar um cross com loções pós-barba, cremes para a pele, sabonetes bactericidas, entre outros. Pensando na mulher e no tipo de desodorante, pode-se pensar em produtos ligados a hidratação da pele, óleo pós-banho, sabonetes  esfoliantes, entre outros. E considerando que mais de 70% dos shoppers de farmácias são mulheres e muitas aproveitam para comprar produtos para seus maridos, a sugestão é criar um cross com desodorante para ambos os sexos, facilitando a missão de compra”, propõe o consultor de varejo da AGR Consultores, Roberto Vautier.

Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Shutterstock

 

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