No Dia Nacional da Epilepsia, o preconceito não entra

Em comemoração ao Dia Nacional e Latino-americano de Conscientização sobre a Epilepsia, Associação Brasileira de Epilepsia explica mais sobre a doença

Uma crise epilética pode, a princípio, assustar e gerar preconceito. Justamente por conta dessa falta de conhecimento sobre a enfermidade a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) aproveita o Dia Nacional e Latino-americano de Conscientização sobre a Epilepsia, comemorado hoje, para apresentar explicar aspectos que ainda geram confusão na sociedade.

Apenas na América Latina, a epilepsia atinge quase 8 milhões de pessoas, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), e a falta de conhecimento sobre a enfermidade ainda é um problema. Para a Presidente da ABE, Maria Alice Susemihl, a informação é o melhor caminho para essa mudança. “O preconceito surge, principalmente, por conta da falta de informação, o que torna tão importante a conscientização social sobre a doença. Saber o que é de fato a epilepsia e como ajudar alguém durante uma crise é algo básico para a vida dos seres humanos”, diz.

É essencial saber que:

A epilepsia é uma doença neurológica, ou seja, acontece quando um grupo de neurônios não apresenta um funcionamento normal, gerando assim, descargas excessivas. É como se ocorresse um “curto-circuito” no cérebro.

  •  A maioria dos pacientes com epilepsia têm inteligência absolutamente normal

Apenas uma pequena parcela das pessoas pode apresentar alguma dificuldade mental, porém, a epilepsia não é a causa.

  •  A doença não é contagiosa

É impossível adquirir epilepsia apenas tendo contato com uma pessoa que tenha a doença, e dessa forma, o contato com a saliva não vai resultar em transmissão. Qualquer ser humano, independentemente da idade, pode ter uma crise epiléptica e o estresse elevado pode ser um dos motivos.

  • Nem toda convulsão é epilepsia

A crise convulsiva tem abalo motor, ocorrendo tremores no corpo, e nem toda crise epiléptica apresenta isto. Para que uma pessoa seja diagnosticada com epilepsia, vários episódios precisam acontecer. Como por exemplo, alteração de comportamento, olhar parado, movimentos automáticos e até mesmo crises de ausência.

Tem cura?

  •  Medicamentos podem controlar as crises epilépticas

Na maioria dos casos (70%), é fácil a epilepsia ser totalmente controlada com o uso de medicamentos e acompanhamento médico, portanto, permite uma vida com poucas ou nenhuma restrição. É importante ressaltar que, quando ocorrem crises, as medicações devem ser mantidas nos horários e nas dosagens receitadas pelo médico.

  • Dependendo do caso, a cura da epilepsia é possível 

Existem cirurgias que retiram a causa das crises, porém, o acompanhamento médico é fundamental, pois cada caso é um caso.

  • Existem maneiram corretas de falar e escrever alguns termos

O certo é crise epiléptica e não epilética. Além disso, não é correto dizer que uma pessoa é epiléptica ou que é portadora de epilepsia, e sim, que é uma pessoa com epilepsia.

Dizer pacientes epiléticos, além de pejorativo, é errado. O correto é: pacientes com epilepsia ou pessoas com epilepsia.

Primeiros socorros  

O primeiro passo é manter a calma e colocar a pessoa deitada de lado, para facilitar a saída de possíveis secreções. Além disso tem que tirar de perto todos os objetos perigosos que podem ocasionar ferimentos e não inserir nada dentro da boca do indivíduo, pois há o risco de asfixia, na tentativa de segurar a língua. Por consequência, não pode dar nada para a pessoa beber e nem jogar água em seu rosto naquele momento – apenas espere a respiração voltar ao normal e ela querer levantar.

Como agir?

Se a crise epilética durar muito tempo é preciso chamar  uma ambulância, se for seguida de outras ou se a pessoa não recuperar a consciência.

Foto: Divulgação

Fonte:  Associação Brasileira de Epilepsia

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