É possível evitar o AVC?

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode ser prevenido em 90% dos casos. A técnica chamada de SAMU pode ajudar a evitar a piora do quadro

Perda dos movimentos na face, alteração na fala, na coordenação motora ou dor de cabeça súbita podem ser sintomas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). De acordo com o coordenador do Pronto-Socorro de Neurologia do Hospital 9 de Julho (H9J), Dr. Rafael Paternò, a doença é uma das principais causas de morte no Brasil. “Segundo a organização Mundial de AVC (World Stroke Organization) uma em cada seis pessoas podem ter AVC ao longo da vida. Porém, em 90% dos casos o problema pode ser evitado com hábitos mais saudáveis”.

A doença pode lesar partes do cérebro e apresenta-se de duas maneiras: obstrução de uma artéria que impede a passagem do sangue (AVC Isquêmico); ou quando um vaso na região do cérebro se rompe e causa hemorragia (AVC hemorrágico). De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 100 mil brasileiros perdem a vida, ao ano, em decorrência de doenças cerebrovasculares.

De acordo com o Dr. Paternò, quando não tratados imediatamente, os AVCs podem causar sequelas definitivas que comprometem a qualidade de vida como limitações motoras e da fala ou mesmo a morte. Para ajudar a evitar a piora do caso, o especialista conta que a técnica chamada SAMU pode ser eficaz “O método consiste em pedir para a pessoa que você suspeita que esteja tendo o AVC sorria, abrace e cante uma música,” esclarece o médico.

Como evitar o AVC: técnica SAMU

Sorrir: Peça para a pessoa que está com os sintomas do AVC sorrir. Caso um dos lados do rosto não se movimente ou fique torto, pode ser indicada uma investigação imediata.

Abraçar: Abrace a pessoa e note se ela consegue te abraçar de volta. Fique atento caso ela não consiga levantar algum dos braços ou que eles caiam abruptamente.

Música (mensagem): Fale um trecho de uma música ou uma frase qualquer e peça para a pessoa repetir. Caso haja alguma dificuldade, ela pode estar em vias de um AVC.

Urgência: Caso um ou mais desses sinais aconteça, o paciente deve ser levado para atendimento médico de urgência.

Além do uso dessa técnica, o Dr. Paternò explica que para tentar evitar o AVC é essencial manter uma vida saudável, bem como controlar a pressão arterial. “Com a pressão controlada, os riscos de AVC podem ser reduzidos drasticamente. Desse modo, esse controle evita que os vasos fiquem lesionados e, consequentemente, menos sensíveis ao entupimento”. Além da hipertensão, o especialista reforça que o controle do diabetes e dos níveis de colesterol, também ajudam a prevenir os riscos de um AVC.

Tratamento do AVC

O tratamento da doença depende da gravidade da lesão. No tipo isquêmico, é feita a dissolução (com medicamentos) ou a retirada endovascular do trombo (coágulo) que está impedindo a liberação da passagem de sangue nos vasos. Assim, o médico explica que esse tipo de procedimento é indicado para casos identificados em até quatro horas e meia a partir do início dos sintomas; a retirada intravascular do trombo pode ser feita em seis horas e, em algumas situações, em até 24 horas. Já o tratamento do AVC hemorrágico acontece com a drenagem cirúrgica do sangue ou não.

A confirmação do tipo de AVC é realizada por meio de exames de imagens específicos, como a tomografia, ressonância ou angiografia dos vasos cerebrais. “O AVC acontece subitamente, e a partir daí cada minuto é importante para o resultado final. É imprescindível um serviço de emergência organizado e preparado para um atendimento ágil” conclui o Dr. Paternò.

Além disso, um dos principais fatores de risco para o AVC é a Fibrilação Arterial (FA). Isso porque a FA aumenta em até cinco vezes o risco de AVC e se estima que dois milhões de brasileiros convivam com a arritmia, mesmo sem saber. “O AVC causado pela FA pode ser bastante grave, causando sequelas, como paralisia, alteração da fala e memória, ou até mesmo levando ao óbito”, explica o diretor Médico da MedLevensohn, Dr. Alexandre Chieppe.

De acordo com pesquisa publicada no European Heart Journal, em julho deste ano, pessoas com FA também apresentaram o dobro de risco de vir a desenvolver um quadro de demência.

Tecnologia para combater fatores de risco

Este ano, a MedLevensohn trouxe ao Brasil um aparelho que possibilita rápida ação no paciente antes que a FA provoque consequências mais graves, como o AVC. Trata-se do Microlife AFIB, uma tecnologia que, mediante a uma simples aferição de Pressão Arterial, detecta este tipo de arritmia. “Acreditamos que, com a utilização do AFIB, o Brasil tem a possibilidade de reduzir a quantidade de casos de AVC na população”, afirma o gerente de produto da MedLevensohn, Diego Hernandez.

Para o CEO da MedLevensohn, José Marcos Szuster, trazer inovação ao País é de extrema importância para reduzir o impacto de algumas doenças graves na saúde da população. “Este pequeno aparelho identifica, em poucos minutos, a presença da FA em um paciente. É interessante observar que, com um método simples e não-invasivo, um dos principais fatores de risco do AVC pode ser detectado com elevada acurácia e precisão. Os ganhos propiciados são imensuráveis pois, além de reduzir custos, ele salva vidas”, destaca o empresário.

Como fatores de risco, além da Fibrilação Atrial, estão tabagismo, diabetes, consumo de álcool e drogas, estresse, colesterol elevado, sedentarismo e hipertensão.

Foto: Shutterstock
Fonte: Hospital 9 de Julho e Medlevensohn

3 Comentários

  1. Ivete Barbosa de Souza maravilha em

    Eu tive uma fase. De A vc Esquemico agora é a segunda vez. Muito ruim minha filha me socorreu em tempo me levando a emergêncialendo essas informações fique mais esclarecida. Só que mesmo repousando estou tendo dores densas nas pernas,mt dores fortes. Sem ter posição .

Deixe um comentário