O Brasil corre o risco de ter uma ‘mega epidemia’.
Isso foi o que disse o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Ele alertou para o risco da variante brasileira do novo coronavírus, identificada em Manaus, provocar um agravamento do quadro epidemiologico no Brasil que, na sua avaliação, está “em progressão”.
Mandetta também comentou o inquérito contra o atual ministro da pasta, Eduardo Pazuello, no Supremo Tribunal Federal (STF) e também avaliou que o presidente Jair Bolsonaro poderá sofrer impeachment pela condução da pandemia da Covid-19.
Sobre o Brasil ter uma ‘mega epidemia’, o ex-ministro disse que a transferência de pacientes manauaras em razão do colapso hospitalar no Amazonas sem os devidos cuidados poderá fazer com que a variante se espalhe.
“O mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e o país não só está aberto normalmente, como está retirando pacientes de Manaus e mandando para Goiás, Bahia, outros lugares, sem fazer os bloqueios de biossegurança. Provavelmente vamos plantar essa cepa em todos os territórios da federação, e daqui a 60 dias podemos ter uma mega epidemia“, afirmou Mandetta.
O que faz a variante no nosso organismo
A mutação brasileira, batizada E484, foi identificada no Rio de Janeiro e em variantes em Manaus, como a B.1.1.28, detectada em japoneses que estiveram no Amazonas.
Ela altera o RDB, o ponto da proteína S em que o Sars-CoV-2 se liga às células humanas. As mudanças genéticas também podem causar o chamado mecanismo de escape.
Ou seja, quando os anticorpos desenvolvidos contra o Sars-CoV-2, que atacam o RDB, perdem sua especificidade.
Esse processo pode influenciar a eficácia de vacinas.
A saber, a variante já foi detectada em diferentes países, como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, e em vários estados brasileiros.
No Brasil, no entanto, o sequenciamento genético necessário para monitorar mutações do Sars-CoV-2 é ainda um desafio.
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Fonte: O vale
Foto: Isto É Dinheiro / Arquivo Agência Brasil – Wilson Dias)