Quando as estações mais frias se aproximam, chega com elas a preocupação em prevenir doenças, como gripes e resfriados. Medida potencializa as vendas de vitamina C, tornando-as estratégicas no período
O termo “vitamina” se refere a uma variedade de compostos orgânicos – os micronutrientes – que podem ser hidrossolúveis (dissolvidos em água); ou lipossolúveis (dissolvidos em gordura) – que, geralmente, estão presentes em baixas concentrações nos alimentos. As vitaminas participam, assim, de numerosos processos, sendo indispensáveis para o funcionamento do organismo.
Nesse contingente, está a vitamina C, encontrada em frutas e vegetais em geral, sendo as frutas cítricas a principal fonte, e que atua sob diversas formas no organismo.
“O ácido ascórbico, mais conhecido como vitamina C, tem participação no crescimento de tecidos, na regulação do Sistema Nervoso Central (SNC), na manutenção e integridade de vasos sanguíneos e na cicatrização de feridas. É também um agente antioxidante que tem papel na síntese do colágeno, na atividade imunológica dos leucócitos e nos processos inflamatórios, além de auxiliar na absorção intestinal do ferro”, enumera a nutróloga do Hospital Samaritano Higienópolis (SP), Dra. Máyra Sanchez Athayde.
Casos mais graves de carência de vitamina C podem levar a uma condição chamada escorbuto. Nesse contexto, a falta promove alterações funcionais na molécula de colágeno, afetando ossos, dentes, tendões, cartilagens, gengivas, pele e vasos.
“Entre os sinais e sintomas, pode-se citar que a falta de vitamina C leva à fraqueza, letargia, dificuldade de cicatrização, hemorragia e edema gengival (com ocasional perda de dentes), às lesões cutâneas e dores reumáticas nas pernas”, adverte.
Fumantes também devem estar atentos. “Nesse público, a vitamina C é reduzida devido à oxidação provocada pelo aumento do estresse oxidativo causado pelo cigarro”, acrescenta a gerente médica da Merck, Renata Priolli.
Quando a reposição de vitamina C por meio da alimentação é insuficiente, faz-se necessário o uso de suplementos deste nutriente. “A suplementação está indicada para os casos de escorbuto; doença de Charcot-Marie-Tooth tipo 1A; pacientes cuja imunidade pode estar prejudicada ou reduzida; pacientes que apresentam sangramentos por fragilidade vascular; pacientes críticos para redução do catabolismo oxidativo; e idosos com baixa ingestão alimentar, pós-operados ou queimados”, indica a especialista do Hospital Samaritano.
Prevenção a gripes e resfriados
É fato que o ácido ascórbico desempenha um papel na função imunológica, além de ter ação antioxidante. Daí surge a ideia de potencialização do sistema imunológico, prevenindo gripes e resfriados.
Segundo explica a gerente médica da Merck, a vitamina C trabalha estimulando o sistema imune e protegendo-o contra danos gerados pelos radicais livres liberados quando o corpo está combatendo a infecção, como ocorre nos casos de gripes e resfriados. Ao suprimir o estresse oxidativo, melhora os sintomas inflamatórios.
“O efeito protetor do ácido ascórbico tem sido atrelado a suas poderosas propriedades de combate aos radicais livres e seu papel antioxidante e ao fortalecimento e à proteção do sistema imunológico, estimulando a atividade de anticorpos e células de defesa. Devido a todos esses fatores, a suplementação com vitamina C diminui a duração e a gravidade de infecções comuns de resfriado”, constata.
Esse papel da substância faz com que os consumidores reforcem suas farmacinhas com o produto quando se aproximam as épocas mais frias do ano. “É possível dizer que essa vitamina tem uma maior procura durante o inverno, pois além de auxiliar no processo de cicatrização dos tecidos (feridas e escoriações), ela tem papel importante no sistema de defesa do organismo, que, no inverno, pode ficar debilitado e suscetível às gripes e aos resfriados”, constata a gerente de marketing de Consumer Healthcare da Sanofi, Cinthia Ribeiro.
Portanto, na temporada, é fundamental ter os estoques garantidos para não perder vendas. “O ideal é que as farmácias cuidem do abastecimento com dois meses de antecedência, com o objetivo de preparar as lojas e evitar rupturas”, aconselha a gerente nacional de trade marketing da Merck, Simoni Genari.
Otimize as vendas
O ideal é que a categoria seja exposta próxima aos antigripais, descongestionantes nasais e lenços de papel. Existe, ainda, uma grande oportunidade de aumentar a visibilidade da categoria, trabalhando a venda por impulso.
“Uma forma de atingir essa meta é aumentando a exposição por meio dos pontos extras e displays de balcão, proporcionando cross-merchandising com categorias correlatas. Atividades complementares também são bem-vindas, tais como espaços no checkout, promopacks e tabloides promocionais”, sugere a executiva.
Cinthia, da Sanofi, reforça que o grande desafio no mercado de vitamina C é como conquistar o shopper antes e durante sua passagem pela loja. Nesse sentido, também estimula o uso de materiais de ponto de venda (PDV).
“Podem ser utilizadas diversas ferramentas que conseguem direcionar o shopper, como displays de checkout, wobblers, cartazetes de balcão, folhetos, faixas de gôndola, stoppers, faixas de gradil, móbiles, entre outros”, exemplifica.
É igualmente importante que o farmacêutico e o balconista tenham pleno conhecimento de todo o mix de produtos, com um atendimento que foque na melhor indicação para as necessidades do comprador.
“Esses profissionais precisam estar aptos a apoiar não apenas no processo de compra, mas, principalmente, a esclarecer eventuais dúvidas e indicações dos diversos produtos disponíveis no mercado”, diz .
Dessa maneira, eles precisam entender as expectativas e necessidades do consumidor, bem como conhecer as variações de vitamina C disponibilizadas pela indústria, suas fórmulas, tecnologias e doses.
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