Segundo o Ministério da Saúde, 70% dos homens brasileiros só vão ao médico por influência da família. A falta de procura por médico e principalmente um check-up anual, aumenta as chances de detecção de doenças em estágio avançado, como o câncer de próstata, do qual 20% dos casos são diagnosticados tardiamente e 25% dos pacientes morrem em decorrência da doença segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. No sentindo oposto, caso haja uma detecção precoce, as chances de cura chegam a 90%.
De acordo com o coordenador do centro especializado em urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Carlo Passerotti, o check-up masculino é imprescindível para prevenção de doenças. “Os homens precisam se conscientizar sobre a importância de serem protagonistas de sua saúde. No caso do câncer de próstata, o acompanhamento médico preventivo é fundamental, além da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física que evitam a doença”, diz.
Alguns dos tumores de próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, no entanto, se desenvolve lentamente, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³.
Veja abaixo alguns Mitos e Verdades sobre o câncer de próstata:
O câncer de próstata é uma doença da terceira idade?
Mito — Embora três quartos do número de casos no mundo acometem homens acima dos 65 anos de idade, sete novos casos da doença surgem a cada hora. Portanto, homens de todas as idades devem ficar atentos aos fatores de risco, como os de origem negra, que tem mais chances de desenvolver a doença e aqueles que têm dois ou mais parentes com câncer de próstata, o que aumenta em dez vezes os riscos de ter este tipo de câncer. “O risco aumenta aproximadamente 11 vezes mais se o diagnóstico do pai ou do irmão tiver ocorrido antes dos 50 anos”, explica Dr. Passerotti. Para esses grupos, o ideal é começar a consulta periódica com urologista aos 45 anos.
O câncer de próstata não apresenta sintomas em fase inicial?
Verdade — Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
O toque retal é importante essencial para diagnóstico?
Verdade — Apesar de tabu entre os homens, o exame não causa dor. O diagnóstico do câncer de próstata é realizado por meio do exame clínico (toque retal) associado ao exame da dosagem do antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) no sangue. Nos casos suspeitos, é indicada a realização da biópsia prostática.
PSA baixo é sinal de que não tenho câncer de próstata?
Mito — O câncer de próstata está presente em 15% dos homens com níveis normais de PSA, e o teste é útil para diagnóstico. Porém, para se ter uma análise completa do caso, é importante o exame de toque retal e biópsia da próstata.
Câncer de próstata é o tipo de câncer que mais atinge homens?
Verdade – De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma).
O aumento da próstata é sinal de câncer?
Mito — Quando o homem envelhece, sua próstata começa a aumentar. Esse processo é chamado de hiperplasia prostática benigna e não está relacionada ao câncer de próstata. “Nesses casos, é importante o acompanhamento médico, pois o problema pode incomodar e levar a complicações, como infecção urinária e insuficiência renal”, comenta Dr. Passerotti.
Cirurgias com robôs podem tratar câncer de próstata?
Verdade — A importância do diagnóstico precoce tem relação direta com a eficácia da terapêutica e depende do tamanho e da classificação do tumor. De acordo com o Dr. Carlo Passerotti, as cirurgias da próstata podem ser realizadas de diversas maneiras, entre elas, a cirurgia robótica. O procedimento é realizado com o auxílio de um robô que possibilita ao cirurgião ter uma visão ampliada e em três dimensões. A incisão realizada no paciente também é menor quando comparada a cirurgia convencional, proporcionando posteriormente mais qualidade de vida para o paciente.
Foto: Shutterstock
Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz