Secretária do Ministério da Saúde diz que vacina contra Covid em crianças é segura

Anvisa já autorizou a imunização de crianças entre 5 e 11 anos. Apesar disso, presidente e ministro da Saúde realizaram questionamentos sobre a segurança da vacina

A secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou que a vacina contra Covid em crianças é segura. A declaração foi transcrita em nota técnica concluída enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 19. O posicionamento vai contra os questionamentos sobre a segurança da vacina feitos pelo ministro Marcelo Queiroga e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Antes de recomendar a vacinação [contra a]Covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”, explicou a secretária. Segundo a Folha de S.Paulo, no documento, Melo ainda detalhou como foi realizada a análise de segurança realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, a única vacina destinada ao público infantil no país é da marca Pfizer, destinada para crianças de 5 a 11 anos.

“As vacinas [contra a]Covid-19 estão sendo monitoradas quanto à segurança com o programa de monitoramento de segurança mais abrangente e intenso da história do Brasil”, disse a secretária do Ministério da Saúde.

A nota técnica foi elaborada com o objetivo de contribuir com a posição da Advocacia-Geral da União (AGU) em ação movida no STF, pelo PT. O objetivo era cobrar um cronograma de vacinação de crianças. Ricardo Lewandowski concordou com o pedido e ampliou para 5 de janeiro o prazo para a definição desse cronograma. O ministro também determinou que o Governo Federal explique a decisão de recomendar a imunização de crianças mediante prescrição médica.

O que diz o presidente sobre a vacina contra Covid em crianças?

Desde a aprovação pela Anvisa, Bolsonaro realizou diversos questionamentos sobre a eficácia e segurança da vacina para crianças. “Eu tenho uma filha de 11 anos. É uma vacina nova. Não está havendo morte de crianças que justifique algo emergencial. E tem outros interesses, entra a desconfiança nisso tudo. Lobby da vacina”, afirmou o presidente na última sexta-feira, 24.

“Essa desconfiança, interrogação enorme que existe aí… Efeitos colaterais: existem, não existem, quais são? Miocardite, entre outros”, continuou Bolsonaro. “Se vai fazer bem ou não, o pai decide. E ele [Marcelo Queiroga] quer botar também a questão da prescrição médica”, disse Bolsonaro. A nota técnica, no entanto, afirma que, “durante os ensaios clínicos, nenhum caso de miocardite ocorreu em crianças de 5 a 11 anos que receberam a vacina Covid-19

A secretária de enfrentamento à Covid-19 ainda afirmou que crianças têm a mesma probabilidade, em comparação aos adultos, de serem infectadas. Além de poderem evoluir para casos graves, adquirindo complicações a longo prazo. Também foi ressaltado que a vacinação contribuirá para a redução da transmissão de crianças e adolescentes para adultos, idosos e imunocomprometidos. Além de diminuir as interrupções na educação das crianças.

Segundo a nota técnica, 25 países pediram ou autorizaram a vacinação de crianças com menos de 12 anos. Treze já deram início à imunização. Apesar de já existir aval da Anvisa para a vacinação, uma consulta pública foi aberta para ouvir opiniões dos cidadãos sobre a aplicação do imunizante em crianças. O questionário segue até o dia 2 de janeiro.

Fonte: O Povo

Foto: Shutterstock

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