PDV

Como atender o paciente com diabetes na farmácia?

Entenda como pode ser o atendimento de paciente com diabetes no ponto de venda e o que a farmácia pode fazer por esse paciente

A Lei 13.021/2014 determina que a Farmácia seja uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva.

O aumento da prevalência do diabetes está associado a diversos fatores, como rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, à maior sobrevida dos indivíduos com diabetes. É um distúrbio silencioso com pouca conscientização sobre diabetes entre a população geral, o que poderá retardar o diagnóstico até o aparecimento de complicações decorrentes.

Nas últimas décadas os fatores psicossociais estão sendo discutidos e mostram sua importância na orientação para o cuidado e o tratamento do diabetes e, neste sentido, há necessidade de o indivíduo enfrentar inúmeros desafios e ter o entendimento de que sua participação na superação destes desafios é fundamental para a melhoria de sua qualidade de vida. A educação em saúde ao paciente diabético envolve orientação sobre a mudança de hábitos de vida, a necessidade do auto monitoramento contínuo de suas flutuações glicêmicas, o cumprimento da administração de medicamentos no regime posológico prescrito, o cuidado na alimentação, a prática regular de atividade física, são algumas das medidas a serem assumidas.

Orientação do farmacêutico ao atender um paciente com diabetes

Para tanto, o indivíduo precisa do apoio familiar e do núcleo social no qual está inserido e do farmacêutico.  Muito poderá ser feito pelo indivíduo portador de DM, e a orientação deve ser continuamente praticada pelo farmacêutico por meio do acompanhamento farmacoterapêutico.

O farmacêutico deve alertar sobre os problemas que poderão advir se o diabetes não for tratado adequadamente porque, em longo prazo, poderão surgir inúmeras complicações como doenças cardíacas, hipertensão, acidente vascular cerebral, comprometimento da visão ou cegueira, problemas renais, comprometimento de nervos, periodontite, gengivite, amputações e complicações na gravidez.

Outro aspecto que deve ser mencionado não somente para o paciente, mas para o atendimento em geral, é o alerta aos principais sintomas da doença como: sede, vontade frequente de urinar, fome, perda de peso, cansaço, cicatrização lenta, pele seca, perda de sensibilidade nos pés e formigamento nas mãos e pés, disfunção sexual e visão embaçada.

Acompanhamento farmacoterapêutico

A farmácia poderá contribuir muito com a melhoria da qualidade de vida para que o paciente tenha seu diabetes controlado por meio da disponibilização do serviço de acompanhamento farmacoterapêutico que ajudará o entendimento da doença e sua gravidade caso não seja feito o seu controle, da responsabilidade do indivíduo na condução de ações em saúde relativas à sua competência, o controle periódico para a verificação dos índices glicêmicos, estímulo para a readequação de hábitos de vida saudáveis e seu progresso nas ações compactuadas com o farmacêutico.

O paciente deve continuar verificando com frequência seu nível de glicose no sangue e manter um registro desses níveis, pois essas informações podem ser úteis ao conversar com o farmacêutico que também poderá determinar a glicemia capilar. A verificação dos pés quanto à integridade da pele, ou seja, sem rachaduras ou úlceras, mudanças de cor ou perda de sensibilidade deverá ser constante.

Medicamentos

O paciente deve ser orientado a não começar ou interromper qualquer medicamento sem antes falar com o prescritor e deve tomar regularmente seus medicamentos, e manter um bom controle do nível de açúcar no sangue. Também o paciente deve sempre verificar se há necessidade da aquisição de medicamentos para que não falte medicação. Muitas farmácias disponibilizam o sistema de delivery evitando que os pacientes saiam de suas residências para a compra de medicamentos.

O farmacêutico deverá questionar a respeito da dieta alimentar utilizada pelo paciente diabético, pois é fundamental para o controle do diabetes e recomendar para que o paciente busque orientação de um nutricionista. O esclarecimento da atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose nos dois tipos de diabetes, entretanto, a orientação de educador físico poderá ser uma ajuda valiosa na seleção, intensidade e frequência das atividades conforme as necessidades individuais.

Também, o farmacêutico deverá alertar sobre a influência do tabagismo em sua condição clínica porque provoca estreitamento das artérias e veias. Como o diabetes compromete a circulação nos pequenos vasos sanguíneos (retina e rins) e nos grandes vasos (coração e cérebro), fumar pode acelerar o processo e o aparecimento de complicações;

Também, estimular o paciente a fazer o controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicérides com regularidade.

Automedicação

Reiterar o grande problema da automedicação que poderá comprometer a qualidade de vida do paciente diabético e o esclarecimento sobre medicamentos à base de cortisona aumentam os níveis de glicose no sangue.

O indivíduo portador do Diabetes mellitus precisa de orientação em vários sentidos, bem como, o seu núcleo familiar também, em relação às medidas necessárias para o controle da doença, além da proposta farmacoterapêutica.

Campanhas educacionais para paciente com diabetes

O estabelecimento poderá, também, fazer campanhas de educação em saúde junto à comunidade atendida, de maneira a abordar a doença sob os mais diferentes aspectos, relacionados na contextualização do cuidado farmacêutico, para alertar as pessoas de que esta é uma doença silenciosa e traz consequências drásticas se não identificada e controlada.

Qual a importância da farmacovigilância para a saúde da população? 

Foto e fonte: Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Maria Aparecida Nicoletti, com exclusividade para o portal Guia da Farmácia.

 

Deixe um comentário