Popularmente costuma-se dizer que quem sofre de ansiedade não tem tempo para o agora.
Sentir-se ansioso é normal. Aquele frio na barriga quando está esperando alguma notícia, algum telefonema…
Porém, para algumas pessoas, a ansiedade é algo mais frequente, chegando a atrapalhar o andamento normal da vida.
Nesses casos, esses indivíduos podem sofrer do Transtorno de Ansiedade (TAG), uma doença séria, que se manifesta de diversas maneiras e precisa ser tratada com ajuda médica.
Entenda mais sobre esse assunto e como “se controlar” para que esse sentimento não prejudique a sua saúde nem seu lado emocional.
Ansiedade e estresse à flor da pele
O que é ansiedade?
Aflição, agonia, medo, inquietação, bem como receio de que algo imprevisto aconteça. Todas essas sensações giram em torno de um sentimento chamado de ansiedade.
É como se a pessoa quisesse assumir o comando de algum momento da sua vida e não conseguisse. Mas nem sempre a ansiedade está somente associada a algum sentimento ruim ou sem controle.
Ela é (ou pode ser) um sentimento comum e desejável em algumas situações: isso porque ela nos mantém vivos, ativos, e permite que possamos reagir adequadamente a “situações de perigo”.
O problema é quando o estado de tensão começa a ser prejudicial à saúde. Nesse momento, uma ajuda médica, como um psicólogo, por exemplo, é fundamental.
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Causas
De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, os transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida.
Ou seja, a pessoa pode se sentir ansiosa a maior parte do tempo sem nenhuma razão aparente ou pode ter ansiedade apenas às vezes, mas tão intensamente que se sentirá imobilizada.
A sensação de ansiedade pode ser tão desconfortável que, para evitá-la, as pessoas deixam de fazer coisas simples (como usar o elevador) por causa do desconforto que sentem.
Assim, a maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não.
Muitas vezes sem razão ou motivo real, a pessoa pode sentir falta de ar, pressão alta, calor, bem como tonturas e vômitos.
As crianças também sofrem de ansiedade.
No entanto, nelas, o desenvolvimento emocional influi sobre as causas e a maneira como se manifestam os medos e as preocupações tanto normais quanto patológicos.
Contudo, diferentemente dos adultos, as crianças podem não reconhecer seus medos como exagerados ou irracionais, especialmente as menores.
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Sintomas da ansiedade
Os transtornos da ansiedade têm sintomas muito mais intensos do que aquela ansiedade normal do dia a dia.
De acordo com a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) os principais sintomas veem acompanhado de:
- Preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar).
sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer. - Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, bem como com a família ou trabalho.
- Medo extremo de algum objeto ou situação em particular.
- Medo exagerado de ser humilhado publicamente.
- Falta de controle sobre os pensamentos, bem como imagens ou atitudes que se repetem independentemente da vontade.
- Pavor depois de uma situação muito difícil.
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Diagnóstico
O diagnóstico precoce e preciso, com um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo, são imprescindíveis para obter-se melhores resultados e menores prejuízos à saúde.
Nas verificações de alguns exames laboratoriais, como os de sangue, alguns “marcadores biológicos” podem estar alterados nos quadros de ansiedade, como a dosagem do cortisol (importante hormônio na ansiedade e estresse), alterações da glicemia, bem como dos hormônios sexuais, entre outros.
Tratamento
Ainda de acordo com a BVS, existem basicamente três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade:
- Medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica).
- Psicoterapia com psicólogo ou com médico psiquiatra.
- Combinação dos dois tratamentos.
A maior parte das pessoas começa a ser sentir melhor e retoma suas atividades depois de algumas semanas de tratamento, por isso é importante procurar ajuda especializada.
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Ansiedade tem cura?
Não. No entanto, é possível fazer um tratamento medicamentoso da ansiedade com antidepressivos ansiolíticos, por exemplo.
O resultado é de longo prazo e pode trazer alguns efeitos colaterais leves, como um pouco de náusea e até aumento da ansiedade momentânea, mas que após cerca de duas semanas, deixam de ocorrer.
Assim, os efeitos positivos são mais sentidos e o tratamento torna-se realmente eficaz. Esse processo de adaptação leva de 2 a 4 semanas.
Existem alguns medicamentos que podem ser indicados em casos agudos, que proporcionam um alívio imediato para a ansiedade, como o efeito de um analgésico para a dor.
No entanto, seu uso deve ser moderado, não ultrapassando dois meses. Justamente por isso, o acompanhamento médico deve existir.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), de acordo com o Instituto de Psiquiatria Paulista aborda nossos pensamentos e atitudes frente a determinadas situações.
Com isso, ela permite que estes aspectos sejam modificados, para reagirmos de forma diferente a situações que antes poderiam ser ansiolíticas.
O trabalho da TCC é a longo prazo e exige comprometimento do paciente para o sucesso, bem como qualquer outro tratamento de saúde.
Como controlar a ansiedade?
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostra que trabalhar a autoconfiança e o pensamento positivo são formas de controlar a ansiedade sem a necessidade de precisar da ajuda de alguma medicamento.
No entanto, nos tempos modernos a tecnologia pode ajudar neste controle.
A Mayo Clinic, por exemplo, lançou um aplicativo para iPhones, iPads e iPod Touch da Apple chamado Anxiety Coach.
Trata-se de uma ferramenta de autoajuda que orienta as pessoas a reduzir uma variedade de medos e preocupações que vão desde a timidez extrema até obsessões e compulsões.
No Anxiety Coach a pessoa passa por uma série de exercícios de construção de confiança, ao mesmo tempo em que acompanha os níveis de ansiedade em tempo real e avalia seu progresso.
O aplicativo foi desenvolvido para pessoas com qualquer nível de ansiedade e pode também ajudar alguém a superar um medo comum, bem como orientar alguém que tem sintomas mais graves no rastreamento e na luta contra a ansiedade, entre as sessões com seu médico.
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Quanto tempo dura uma crise?
De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), as crises geralmente duram, no mínimo, seis meses.
Estudos da Organização Pan Americana da Sáude (OPAS), o nível de estresse pode estar relacionado à ansiedade. No atual momento que estamos vivendo, a pandemia do coronavírus, esse sentimento tem aumentado muito e o tempo de duração depende do tratamento médico escolhido.
É normal ter ansiedade todos os dias?
A ansiedade estimula a pessoa a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impede as reações.
Conhecido como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), essa doença é definida como condição de preocupação excessiva sobre questões cotidianas há pelo menos 6 meses.
Ainda de acordo com o Instituto de Psiquiatria Paulista, o problema é quando esse sentimento extrapola para situações em que a preocupação é desproporcional a qualquer risco envolvido, gerando sofrimento e incapacidade.
Neste caso, a ajuda médica é de suma importância.
Como acalmar a ansiedade em casa?
Algumas medidas que envolve uma melhor qualidade de vida podem ajudar, como:
- Exercício físicos diários.
- Alimentação balanceada, equilibrada e de boa qualidade.
- Cuidar da qualidade de sono.
- Técnicas de relaxamento.
- Religiosidade.
- Arte- terapia.
- Lazer.
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Conclusão
Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.
Preocupação intensa, excessiva e persistente, bem como o medo de situações cotidianas, interferem no emocional e podem até ocorrer em uma frequência cardíaca elevada, respiração rápida, sudorese e até uma sensação de cansaço.
A reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não. Assim, acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra ajuda o paciente na melhora desses sintomas.
Cuidar da saúde mental e praticar exercícios físicos ajudam a amenizar a ansiedade.
Fontes:
Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)
Hospital Israelita Albert Einstein
Instituto de Psiquiatria Paulista
Organização Pan Americana da Sáude (OPAS)
Tese sobre transtornos de ansiedade
Universidade de São Paulo (USP)
Fonte: Guia da Farmácia
Fotos: Shutterstock