Prednisona/ Prednisolona: o que é, para o que serve e como tomar?

A Prednisona é uma substância com potente efeito anti-inflamatório, antirreumático e antialérgico no tratamento de enfermidades que respondem a corticosteroides

Utilizada no tratamento de diversas doenças, como doenças autoimunes, alérgicas, respiratórias e até tumores, a prednisona deve ser usada com todos os cuidados médicos, principalmente pelos vários efeitos colaterais possíveis. 

Para sanar todas as suas dúvidas sobre o medicamento, confira a lista feita pelo portal Guia da Farmácia com respostas como: qual a dosagem, efeitos colaterais, tempo de tratamento, entre outros! 

O que é a prednisona?

É uma substância com potente efeito anti-inflamatório, antirreumático e antialérgico no tratamento de enfermidades que respondem a corticosteroides.

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Prednisona ou prednisolona? Qual a diferença?

A prednisona é um corticosteroide farmacologicamente inerte que requer biotransformação hepática para produzir prednisolona, sua forma terapeuticamente ativa (Klasco, 2012). Ou seja, a administração de um ou outro medicamento, a ação será feita pela prednisolona.

Ambos os fármacos têm as mesmas indicações e posologias. Mas, alguns pacientes com disfunção hepática podem ter mais vantagens com a prednisolona, já que não requer biotransformação hepática. 

Porém, como os medicamentos não são bioequivalentes e intercambiáveis, é necessária a prescrição médica para a mudança. 

Qual diferença entre as duas fórmulas de Prednisona é Prednisolona? 

Para o que seve?

A prednisona é indicada para o tratamento de doenças endócrinas (doenças das glândulas); doenças osteomusculares (doenças dos ossos e músculos); distúrbios do colágeno (que afetam diversos órgãos e têm causa autoimune); doenças dermatológicas; doenças alérgicas; oftálmicas; respiratórias; hematológicas; tumores; e outras que respondam ao tratamento com corticosteroides. 

Quais os efeitos colaterais da prednisona?

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O uso prolongado do fármaco pode causar aumento da pressão arterial, retenção de sal e água e aumento da perda de potássio. Por isso, poderá ser recomendada uma dieta com pouco sal e a suplementação de potássio, durante o tratamento. 

Todos os corticosteroides aumentam a perda de cálcio. Em caso de tratamento com prednisona, o paciente não deverá ser vacinado contra varíola e nem receber outras formas de imunização. 

Entretanto, caso esteja em tratamento com prednisona como terapia substitutiva, por exemplo, na doença de Addison, pode realizar os processos de imunização normalmente. 

No caso de doses elevadas de prednisona, é necessário evitar o contato com pessoas com varicela (catapora) ou sarampo. Dessa, forma, caso entre em contato com essas pessoas, é indicado atendimento médico, especialmente em crianças. 

Como se dá o tratamento em pessoas com tuberculose?

O tratamento na tuberculose ativa deve ser restrito aos casos de tuberculose fulminante ou disseminada, nos quais a prednisona é usada em associação com medicamentos para a enfermidade.

Contudo, a avaliação em casos de tuberculose que ainda não tenha se manifestado em casos positivos no teste à tuberculina deve ser contínua. 

Assim, se a rifampicina for usada em um programa de prevenção da tuberculose, poderá ser necessário um ajuste na dose do corticosteroide.

O médico irá indicar a menor dose possível de prednisona para controlar a doença sob tratamento. Quando for possível diminuir a dose, essa redução será feita gradualmente – pois pode ocorrer insuficiência suprarrenal secundária na retirada rápida da prednisona. 

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Quais os efeitos em pacientes com hipotireoidismo ou cirrose?

O efeito ocorre de forma mais intensa nestes casos.

Além disso, o uso de prednisona pode causar transtornos psíquicos e agravar condições preexistentes de instabilidade emocional ou tendências psicóticas.

Também pode alterar a motilidade e o número de espermatozoides em alguns pacientes.

Quais reações indesejáveis devem ser relatadas ao médico?

Além dos efeitos necessários para o tratamento, informe ao médico caso tenha alguma reação indesejável. As reações relatadas, entre outras, são:

  • Alterações hidroeletrolíticas: retenção de sódio, perda de potássio, aumento do pH sanguíneo e níveis baixos de potássio, retenção de fluidos; insuficiência das funções do coração em pacientes sensíveis e aumento da pressão arterial. 
  • Alterações nos ossos e músculos: fraqueza muscular, doença muscular, perda de massa muscular, miastenia gravis (piora da doença autoimune que causa fraqueza muscular muito intensa); osteoporose (diminuição do conteúdo de cálcio nos ossos), fraturas por compressão vertebral, necrose asséptica da cabeça do fêmur e do úmero, bem como fratura patológica de ossos longos e ruptura de tendão. 
  • Alterações no estômago e intestino: úlcera péptica com possível perfuração e hemorragia, pancreatite, distensão abdominal e esofagite ulcerativa.
  • Alterações na pele: retardo na cicatrização, atrofia da pele, cútis fina e frágil, manchas vermelhas e/ou arroxeadas; vermelhidão facial, transpiração excessiva, ausência de resposta em testes de pele, alergias, como: dermatite alérgica, bem como urticária e inchaço no rosto de origem alérgica. 
  • Alterações no sistema nervoso: convulsões, aumento da pressão dentro do crânio (geralmente após tratamento), bem como tontura e dor de cabeça. 
  • Alterações nas glândulas: irregularidades menstruais; desenvolvimento de quadro clínico decorrente do excesso de corticosteroide no organismo; supressão do crescimento fetal ou infantil; insuficiência na produção de corticosteroide pela glândula suprarrenal, principalmente em casos de estresse (cirurgias, trauma ou doença); redução da tolerância aos carboidratos; manifestação de diabetes mellitus que não havia se manifestado antes do tratamento e aumento da necessidade de insulina ou antidiabéticos orais em pacientes diabéticos. 
  • Alterações nos olhos: catarata subcapsular posterior, aumento da pressão dentro dos olhos, glaucoma, bem como olhos saltados e visão turva. 
  • Alterações no metabolismo: perda de proteína. 
  • Alterações psiquiátricas: euforia, alterações do humor; depressão grave com manifestações psicóticas, alterações da personalidade; hiperirritabilidade e insônia. 
  • Outras: reações de alergia ou semelhantes à alergia grave e reações do tipo choque ou de pressão baixa.

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Quais as contraindicações da prednisona?

A prednisona é contraindicada para pessoas que possuam infecções sistêmicas por fungos ou que já tiveram reações alérgicas ou alguma reação incomum à prednisona, bem como a outros corticosteroides ou a qualquer um dos componentes da fórmula. 

No caso de uso em crianças, o medicamento pode prejudicar o crescimento e inibir a produção de corticosteroides. Por isso, seu desenvolvimento deve ser monitorado durante tratamentos prolongados. 

Quanto tempo pode-se tomar?

A dosagem da prednisona é feita individualmente, com base na doença específica, bem como gravidade e resposta ao medicamento. A dose inicial para adultos pode variar de 5 mg a 60 mg diários

Já a dose pediátrica pode variar, inicialmente, de 4 mg a 60 mg por metro quadrado de superfície corporal por dia.

Assim, após a obtenção de resposta favorável, o médico diminuirá a dosagem pouco a pouco até atingir a dose de manutenção, que é a menor dose com resposta clínica adequada. 

Além disso, o profissional poderá indicar o uso da prednisona em dias alternados. Caso o médico indique a interrupção do tratamento após o uso prolongado, ele reduzirá a dose aos poucos.

Qual o melhor horário para tomar?

O ideal é tomar o comprimido com um pouco de líquido, pela manhã. 

Quando tempo demora para a prednisona sair do organismo?

O medicamento pode demorar até 30 dias para sair 100% do organismo após a última dose

Além disso, quanto mais longo o tratamento, mais pode demorar para que os efeitos colaterais desapareçam. 

Por exemplo: caso um paciente faça o tratamento por um ano, os efeitos podem aparecer por mais tempo em relação a alguém que usou a Prednisona por seis meses. 

Pode-se usar bebidas alcoólicas junto com a prednisona?

Não! O uso da prednisona com álcool ou com anti-inflamatórios não esteroides (como ácido acetilsalicílico) pode resultar em aumento da incidência ou gravidade da úlcera no estômago e duodeno

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Prednisona dá sono?

Apesar de não haver nenhuma indicação na bula que indique que o medicamento cause sonolência, é importante ficar atento para que o efeito realmente não aconteça. 

Quais laboratórios produzem a prednisona? Qual o nome comercial?

O nome comercial da prednisona é Meticorten, do laboratório Supera, e é comercializada de forma genérica por diversos laboratórios, como: 

  • Biosintetica
  • Brainfarma
  • EMS
  • Eurofarma
  • Germed
  • Medley
  • Nova Química
  • Pharma
  • Prati Donaduzzi
  • Sanval
  • União Químida
  • Vitapan

Conclusão

Apesar dos riscos de efeitos colaterais, a prednisona é um medicamento muito indicado por médicos para tratamentos de diferentes tipos de doenças, como as alérgicas, oftálmicas, bem como endócrinas e osteomusculares. Assim, se usado da maneira correta, pode ter as adversidades diminuídas. 

Contudo, nunca utilize a prednisona sem acompanhamento médico. 

 

Fontes:

Aché

Conselho Federal de Farmácia (CFF)

Revista Abrale

Lista de Medicamentos Genéricos

 

 

Fonte: Guia da Farmácia

Fotos: Shutterstock

12 Comentários

  1. Maria Do Rosário Tito em

    Tomo predinisona sempre que tenho crises fortes de falta de ar pois tenho DPOC.
    O FARMACÊUTICO ME VENDEU PREDINISOLONA Alegando que não tem diferença entre os dois.
    Posso acreditar no que ele disse?

  2. Ivanir Machado em

    Assim, se a pessoa ingerir prednisona ou prednisolona, a ação exercida pelo medicamento será a mesma, já que a prednisona é transformada e ativada, no fígado, em prednisolona. Por esta razão, a prednisolona apresenta mais vantagens para pessoas com problemas de fígado, já que não precisa de ser transformada no fígado para exercer atividade no organismo.

  3. Estou taquicardia a noite pois o médico receitou tomar o medicamento 12/12hrs.estou tendo um pouco de falta de ar.e aumento de tosse as sim que tomo.

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